Terça-feira, 08 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2025
A tentativa do pastor Silas Malafaia de isolar Alexandre de Moraes dos outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante discurso no ato pró-anistia na Avenida Paulista, em São Paulo, não surtiu efeito. Ao final da manifestação, ministros do Supremo reforçaram, em conversas reservadas, a união na Corte.
Em uma fala dura na Paulista, Malafaia cobrou: “Até quando os ministros do STF vão respaldar o ditador de toga?”, em referência a Moraes. Em seguida, afirmou que “Alexandre de Moraes está levando o STF a ser o Supremo Tribunal da Injustiça e da politicagem barata”. E continuou:
“Senhores ministros do STF, não joguem na lata de lixo a reputação deste mais importante tribunal do País. (sic) Senhores ministros do STF, o povo é o supremo poder. Não brinquem com o povo pacífico.”
Mas, apesar dos apelos do pastor evangélico, o STF vai manter a unidade, a exemplo da votação da Primeira Turma quando decidiu por unanimidade tornar réus Jair Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin se alinharam e tornaram o ex-presidente e aliados em réus.
Malafaia direcionou parte de seu discurso durante o ato a “generais de quatro estrelas do Alto Comando do Exército”. Ele criticou a falta de posicionamento dos militares após a prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro de 2024 pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de ser um dos articuladores de um plano de golpe de Estado após o resultado da eleição presidencial de 2022. Para a PF, o militar tentou interferir nas investigações e obter acesso ao conteúdo da colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“Eu não posso esquecer de falar do general Braga Netto. Sabe por que ele está preso? Porque Alexandre de Moraes diz que ele estava tentando obstruir o processo. Um general condecorado no exterior, com ficha limpa”, disse Malafaia em seu pronunciamento no ato.
“Ah, eu não vou me calar aqui não”, prosseguiu. “Cadê esses generais de quatro estrelas do Alto Comando do Exército? Cambada de frouxo. Cambada de covardes. Cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem”, disparou. “Não é para dar golpe, não. É para marcar posição”, argumentou.
Na sequência, ele defendeu que os atos do 8 de Janeiro não se trataram de tentativa de golpe e sugeriu que as decisões do Supremo contra pessoas supostamente envolvidas nas ações são consequência de uma politização da Justiça.