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Ministros do Supremo temem que vazamentos da Operação Lava Jato façam delatores mudarem versões

Desentendimento ocorreu durante julgamento sobre prestação de contas partidárias. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

Integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) começam a manifestar receio de que, com o avanço de revelações sobre bastidores de delações, colaboradores digam à Justiça que foram obrigados a assumir crimes que não cometeram. O assunto surgiu após reportagem do jornal Folha de S.Paulo em parceria com o The Intercept, no domingo (30), revelar debates internos sobre o trato – ainda inconcluso – de Leo Pinheiro, da OAS.

Protestos 

Atos organizados por grupos de direita pelo País, neste domingo, em defesa da Lava-Jato, minimizaram o vazamento de conversas envolvendo o ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, e atacaram a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal e de políticos.

Em Brasília, manifestantes se reuniram em frente ao Congresso Nacional e concentraram as críticas nos ministros do STF. Uma das pautas mais defendidas foi a CPI da Lava Toga, para investigar os magistrados.

Em frente ao Congresso foram inflados quatro bonecos gigantes. Dois do ex-presidente Lula (ambos com roupa de presidiário), um de Moro vestido de super-homem e um que une três políticos: Lula, o ministro Gilmar Mendes (STF) e o ex-ministro do PT José Dirceu. Esse boneco associa o STF ao PT.

Apesar de ter sido indicado ao Supremo pelo PSDB e de ser historicamente descrito como um adversário do PT, Gilmar é um dos principais alvos dos grupos bolsonaristas. Recentemente o ministro votou a favor de um habeas corpus para Lula, pedido que acabou negado por uma das turmas do STF.

O ato deste domingo, que se repete em outras cidades do Brasil, foi convocado após a divulgação de conversas atribuídas a Moro e integrantes da Lava-Jato levantando a suspeita de que o ex-juiz tenha sido parcial no julgamento de Lula, condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (SP). A revelação dos diálogos, iniciada pelo site The Intercept Brasil em 9 de junho, deixou o titular da Justiça sob ataque.

Em Copacabana, no Rio, as críticas ao Supremo dividiram espaço com um “vaiaço” também aos chefes do Legislativo, homenagens ao menino Rhuan e até um lamento coletivo pelo “politicamente correto” que impede chamar morador de rua de mendigo.

Os atos que tomaram um trecho da avenida Atlântica eram, a princípio, um desagravo a Moro. “O senhor nos livrou das trevas”, dizia um dos cartazes de apoio ao ministro, ao lado de bandeiras do Brasil gigantes erguidas por dois guindastes.

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