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Com medo de perder o cargo, ministros recorrem a Lula e Alckmin

As reuniões com o presidente e vice ocorreram às vésperas da reforma ministerial do governo Lula. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Diante da ofensiva das legendas do Centrão para ter um ministério de peso na reforma a ser promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os partidos PT e PSB se movimentaram para não perderem espaço no governo.

Enquanto Wellington Dias (PT), chefe da pasta do Desenvolvimento Social, buscou o diálogo com Lula e ganhou sinais de prestígio na Esplanada, Márcio França (PSB), de Portos e Aeroportos, recorreu ao vice-presidente Geraldo Alckmin para ficar a par das últimas articulações.

A mobilização ocorreu um dia após o encontro entre Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A reunião foi marcada para encaminhar as trocas na Esplanada dos Ministérios. No entanto nenhum dos chefes de Poder se pronunciou sobre o assunto. No Palácio do Planalto, a expectativa é que as trocas sejam definidas até domingo para incorporar PP e Republicanos.

O Republicanos deseja contar com a pasta de Portos e Aeroportos. Sabendo disso, Márcio França procurou o vice e ministro da Indústria e Comércio, para saber se havia risco de perder o seu cargo. Alckmin teria relatado que não recebeu informação sobre.

Circula nos bastidores de que integrantes do PSB na Câmara dos Deputados dão como certo que França será desalojado de Portos e Aeroportos. Entretanto avaliam que ele se manterá no primeiro escalão, sendo transferido para Ciência e Tecnologia ou para um novo Ministério de Micro e Pequenas Empresas.

A possibilidade de assumir a Ciência e Tecnologia, atualmente sob o comando de Luciana Santos (PCdoB), é bem vista no PSB.

A legenda comandou a pasta nos dois primeiros governos de Lula com três ministros diferentes: Eduardo Campos, Sergio Resende e Roberto Amaral. A ida para o Micro e Pequena Empresa é considerada menos vantajosa, mas não descartada.

Enquanto Wellington Dias esteve com Lula no Planalto pelo segundo dia consecutivo. O ministério é cobiçado pelo PP, partido de Lira. No entanto, o PT resiste em abrir mão da vitrine do Bolsa Família.

A conversa da véspera foi interrompida pelo presidente por causa de uma agenda de última hora. O ministro voltou ao Palácio no dia seguinte para falar sobre o Brasil Sem Fome, um dos principais programas da pasta que será lançado nas próximas semanas.

Apesar de alguns integrantes do Planalto  ainda acreditarem na possibilidade de o Desenvolvimento Social, ministério responsável pelo Bolsa Família, entrar na negociação com o Centrão, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou, em entrevista ao SBT News, a possibilidade de Dias deixar o cargo.

“O presidente se reuniu com o ministro Wellington, eu estava presente, participei da reunião, organizando o lançamento, no dia 31 de agosto, do programa Brasil sem Fome. Onde ele vai fazer uma visita ao Piauí. E, portanto, não procede essa informação (de que haverá mudança na pasta)”, disse.

Rui Costa também descartou a possibilidade de que o Bolsa Família seja tirado do ministério. Essa seria uma possibilidade cogitada para contentar o Centrão e, ao mesmo tempo, não desagradar ao PT, que permanência do programa social, marca histórica do partido.

“Eu ouvi a possibilidade de desmembramento do MDS. Essa não é a verdade, não vai desmembrar”, salientou.

Lula pretende concluir a reforma ministerial até este domingo (20), quando embarca para uma viagem de sete dias pela África. Caso postergue a decisão, a avaliação no governo é que votações pendentes na Câmara, como a do arcabouço fiscal, podem ser travadas.

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