Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2025
Ministros do governo Lula prometem, nos bastidores, não seguir uma das orientações dadas pelo chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, na última reunião ministerial. Na apresentação que fez aos colegas, Sidônio pediu que os ministros evitassem falar em “off” com a imprensa, modalidade em que a fonte fala, mas a informação é publicada sem identificar quem falou.
Mas por que os ministros resistem à orientação?
Um dos auxiliares de Lula responde, sob reserva: “Quando todos os ministros acreditarem que a própria Secom parou de passar informações em off, todo mundo para”. As informações são do portal Metrópoles.
A substituição
Ao substituir o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pelo marqueteiro Sidônio Palmeira, o presidente não fez apenas uma tentativa de profissionalizar a comunicação, passando o seu comando para alguém que entende do riscado. Na hierarquia do poder, ele também mudou o status do chefe da Secom, já que Sidônio assume como um ministro de primeira linha, ombreando em prestígio com Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).
Os sinais de poder de Sidônio ficaram evidentes na primeira reunião ministerial do ano, na qual ele foi a grande estrela e, com o aval de Lula, passou uma série de diretrizes para os colegas de govern0.O marqueteiro também já recebeu carta branca para cobrar providências de outros ministros — seja para divulgar ações que possam render popularidade, seja para evitar crises de imagem. Ele já está fazendo isso, por exemplo, na Saúde.
A atuação de Sidônio, que trabalhou nas duas últimas campanhas presidenciais do PT, extrapolará a comunicação. Ele terá assento garantido em reuniões que tratarão de projetos e programas prioritários. Por determinação de Lula, o ministro participou da reunião que definiu os vetos no projeto que regulamentou a reforma tributária.
Antes, mesmo sem ter assumido o cargo, também foi consultado sobre o pacote de corte de gastos anunciado no fim do ano passado. Na ocasião, defendeu a posição, que saiu vitoriosa, de que o governo deveria divulgar — juntos com as tímidas medidas de contenção de despesas — a proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 000 reais, iniciativa que repercutiu muito mal no mercado.
Segundo um ministro, o poder dado por Lula a Sidônio tem uma explicação: o presidente só pensa na reeleição e será candidato: “Com o marqueteiro no Planalto, Lula ativou o modo campanha”. Em seu segundo mandato, o petista também nomeou para a Secom um quadro com bastante prestígio político: o jornalista Franklin Martins, que, além das missões específicas no setor, era um dos principais conselheiros políticos do presidente. As informações são da Revista Veja.