Terça-feira, 08 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2023
Ministros palacianos teriam alertado o colega Rui Costa, da Casa Civil, que ele está com a cabeça a prêmio no Congresso. Ou melhora a relação e recebe mais deputados e senadores ou a pressão no Legislativo por sua queda pode se tornar insustentável.
Nos últimos meses, integrantes do PT já haviam sugerido que o ministro-chefe da Casa Civil atuasse mais na articulação política, mas ele descartou totalmente a ideia.
Rui virou o maior alvo no Congresso, com críticas diretas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que manifestou a insatisfação ao presidente Lula.
Lira, segundo relatos, chegou a sugerir que o presidente trocasse Rui por outro nome mais afinado com os congressistas. Por ora, Lula tem resistido a fazer mudanças no Planalto, embora admita trocas pontuais em outras pastas da Esplanada.
Recentemente, Rui recebeu vários recados do Parlamento. Primeiro, na votação do marco do saneamento. Depois, na MP dos Ministérios, com a retomada da Funasa e a falta de previsão da transferência da Abin para a Casa Civil.
Alvo de queixas
O ministro da Casa Civil deve, na avaliação de lideranças partidárias, enfrentar ainda mais dificuldades com o Congresso após as declarações dadas na última semana sobre Brasília. Ao participar da inauguração de um hospital na cidade de Itaberaba (BA), Costa disse que a capital federal “é difícil porque fazer o certo, para muitos, está errado e fazer o errado, para muitos, é que é o certo na cabeça deles”. Ele também chamou a cidade de “ilha da fantasia”.
Líder do maior bloco partidário da Câmara, formado por União Brasil, PP, PSB, PDT, PSDB, Cidadania, Avante, Solidariedade e Patriota, o deputado Felipe Carreras (PE) classificou a declaração do ministro da Casa Civil de “infeliz num momento político sensível que o país vive”.
“As palavras do ministro são insinuações desrespeitosas à própria política, em tempos que ela tem que ser valorizada”, afirmou Carreras, que é filiado ao PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
O líder do superbloco ainda lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em discurso na sexta-feira, a necessidade de dialogar com o Congresso.
“Palavra tem força. Palavra tem consequências. Quem ocupa uma função política tão importante faz uma fala inversamente proporcional ao recente discurso agregador do presidente Lula em relação à importância e o respeito aos congressistas”.