Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2020
Representantes da Anvisa avaliarão as condições dos laboratórios da Sinovac e da Wuxi Biologics
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilUma missão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai inspecionar empresas envolvidas em pesquisas de vacinas para o combate à Covid-19. Entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, representantes da agência reguladora avaliarão as condições dos laboratórios da Sinovac e da Wuxi Biologics.
A viagem tem como objetivo analisar se as empresas cumprem os requisitos necessários para o registro de vacinas caso as pesquisas em desenvolvimento indiquem a eficácia e os responsáveis queiram comercializar os imunizantes no Brasil.
A Sinovac desenvolve a vacina CoronaVac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. No mês passado, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a aquisição de 46 milhões de doses. No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal não iria comprar a “vacina chinesa”, que ainda não possuía eficácia garantida.
Nesta semana, a Anvisa anunciou a interrupção dos testes com a CoronaVac alegando a existência de um evento adverso, no caso, a morte de um voluntário no estudo. Contudo, o Instituto Butantan afirmou que o falecimento não teve relação com a vacina, o que gerou reações de políticos e pesquisadores sobre a atuação da Anvisa. Os testes tiveram a retomada autorizada pela agência na quarta-feira (11).
A Wuxi Biologics produz insumos para a vacina de Oxford, nome dado para o imunizante que também está em fase de testes e é desenvolvido por um consórcio formado pela instituição de ensino britânica e pelo laboratório Astrazeneca. O governo brasileiro, mesmo antes da conclusão das pesquisas e comprovação da eficácia, firmou acordo com o grupo responsável para adquirir insumos para a fabricação da vacina no País, tarefa que ficará a cargo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Na semana passada, a Fiocruz informou que submeterá à Anvisa documentos para a avaliação dos testes realizados pela Astrazeneca e pela equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford envolvida no desenvolvimento da vacina. A expectativa da Fiocruz é começar a produzir doses da vacina em janeiro do ano que vem.