A brasileira Nayara Vit, modelo que morreu aos 33 anos em 2021 após cair do 12º andar do prédio que morava no Chile, teve uma discussão com o namorado, o empresário Rodrigo Del Valle Mijac, antes da queda, apontou o Ministério Público chileno. Mijac foi preso e é acusado de feminicídio.
Segundo a denúncia do Ministério Público chileno, o crime aconteceu por volta das 23h de 7 de julho de 2021. A modelo chegou em casa e houve uma discussão com o empresário. Também estavam no apartamento a filha de Nayara, na época com 4 anos (fruto de outro relacionamento) e a babá da criança. Na discussão, Mijac agrediu fisicamente a modelo, ocasionando uma fratura na mão esquerda. Ela gritou por ajuda e o empresário, então, a sufocou e a jogou de um dos terraços do prédio.
Alívio da família
Com a denúncia do Ministério Público chileno, o caso passa para a fase judicial. A mãe da modelo, Eliane Marcos Vit, que mora em Porto União, no Norte de Santa Catarina, disse que a família ficou aliviada com a prisão do acusado.
“Para ser bem franca, nós estávamos bem desesperançosos. Eu estive no Chile duas vezes, estive com a fiscal que estava com a causa, e ela me disse que estava trabalhando, que era complexo, que eu tivesse paciência. A gente espera, mas demora tanto que acha que não vai acontecer mais nada”, declarou a mãe.
“A gente espera a condenação máxima para o crime que ele cometeu”, resumiu.
O réu e a modelo estavam juntos há sete meses, segundo a mãe de Nayara. Como o casal estava junto no período mais severo da pandemia da covid, a família só conhecia o empresário por vídeo.
Prisão preventiva
De acordo com o Poder Judiciário chileno, o empresário foi preso preventivamente em 14 de abril. No período entre o crime e a prisão, o Ministério Público chileno juntaram as provas do caso, segundo a mãe de Nayara.
A juíza Ximena Rivera Salinas considerou que a liberdade dele constituiria um perigo para a segurança da sociedade. Na decisão, ela escreveu que o crime foi um ato de violência de gênero “sendo, por isso, um fato particularmente grave e sendo esta a principal razão do tribunal, que estima que a liberdade do acusado é perigosa para a segurança da sociedade”.
O empresário foi encaminhado ao Centro de Detenção Preventiva de Santiago. Ele foi denunciado pelo Ministério Público chileno como autor de feminicídio. A data do julgamento ainda não foi definida.