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Modelo de inteligência do Tribunal Superior Eleitoral será usado no combate ao crime organizado

Cada região do país vai indicar um coronel da PM e um delegado do setor de inteligência para o núcleo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O núcleo de inteligência montado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022 servirá de modelo para o novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no combate ao crime organizado.

O modelo é de fácil implementação, já foi testado na prática e deu excelentes resultados. Cada região do País indica um coronel da PM e um delegado do setor de inteligência para o núcleo, que conta também com representantes da Polícia Federal.

O objetivo, como definiu o TSE, é “coletar dados e processar informações”. Traduzindo: as instituições de segurança passam a compartilhar informações, diminuindo a desconfiança e rivalidade entre as corporações.

Elas não entregam seus bancos de dados umas para as outras, mas a prática mostrou que trabalham bem desta maneira. Outro efeito importante é promover uma efetiva integração das polícias estaduais com o governo federal. O núcleo coloca todos no mesmo barco.

As indicações dos coronéis e delegados são feitas pelo Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia, entidades que tendem a ganhar mais prestígio nos próximos anos.

A ideia de criação do núcleo do TSE foi do ministro Alexandre de Moraes, amigo pessoal do futuro secretário Nacional de Segurança Pública Mário Sarrubbo. O núcleo mostrou-se essencial para evitar tentativas de agitação no meio policial, que era uma das apostas de Bolsonaro para dar um golpe.

Gaeco 

Sarrubbo comentou sobre a articulação para criação de um Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) na esfera federal.

“O que o ministro [Ricardo Lewandowski] nos pede é que a gente possa criar um grande Gaeco Nacional. Olhando isso para os estados, um Gaeco que possa ser algo dos estados e também do Ministério Público Federal [MPF], para que a gente possa ter uma ação conjunta”, afirmou Sarrubbo.

O futuro secretário de Segurança Pública destacou que ainda não há uma formatação sobre como vai funcionar o Gaeco Nacional. No entanto, ressaltou que um trabalho conjunto entre os grupos estaduais funcionou em diversos momentos e que algo em parceria com as forças de segurança federais ampliaria o combate ao crime organizado.

O atual procurador-geral de Justiça de São Paulo esclarece que os Gaecos trabalham no ataque às organizações, na investigação de servidores públicos corruptos e também em torno da lavagem de dinheiro.

“Toda organização criminosa existe para obter lucro. E, para que esse lucro possa ser utilizado e usufruído pelos criminosos, essa lavagem, muitas vezes, em algum momento, dependendo da atividade que se faz, é de atribuição do Ministério Público Federal”, completou o futuro secretário Nacional de Segurança Pública.

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