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Economia Montadoras chinesas começam a produzir carros elétricos no Brasil em 2025 e acirram disputa no mercado

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Depois de ampliar suas exportações para o país, BYD e GWM iniciam produção nacional. (Foto: Freepik)

Depois de ampliar suas exportações para o Brasil, as montadoras chinesas BYD (Build Your Dreams) e GWM (Great Wall Motors) iniciam um novo capítulo de sua ofensiva no país este ano: começam sua produção local de seus veículos híbridos e elétricos.

A GWM confirmou que a fábrica de Iracemápolis, interior de São Paulo, será inaugurada em maio, e a produção para o mercado brasileiro começa no início do segundo semestre com o híbrido Haval 6, a gasolina. A BYD também pretende dar a partida em sua fábrica na Bahia neste primeiro semestre.

As novatas têm tudo para mexer com o mercado brasileiro de automóveis. Especialistas do setor apontam que a fabricação no Brasil de seus veículos faz parte da estratégia de crescimento global dessas companhias chinesas.

Afinal o país é um dos pontos com mais de 2 milhões de unidades vendidas por ano, o quinto maior mercado do mundo, resiliente mesmo nos piores momentos econômicos.

2,5 milhões em vendas

No ano passado, por exemplo, mesmo com juros altos, o país somou 2,5 milhões de veículos vendidos, alta de 15% em relação a 2023, o maior crescimento entre os dez maiores mercados globais.

A expectativa é que outras montadoras chinesas anunciem produção no Brasil, entre 2026 e 2030. Entre elas estão Neta, GAC e Omoda/Jaecoo.

“O consumidor brasileiro é fiel e se aproximar dele com a fabricação no país passa mais confiança. É interessante notar que os carros populares sumiram, mas os brasileiros continuam comprando veículos mais caros, com mais margem de ganho para as empresas”, diz Cristiano Doria, sócio-diretor da consultoria Roland Berger Brasil e especialista no setor automotivo, lembrando que a fabricação local também livra as empresas do imposto de importação de carros eletrificados importados, atualmente em 18%, que chegará a 35% em 2026.

Com a produção nacional, diz Doria, as chinesas também começam a se apropriar dos incentivos do governo para o setor por meio do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que oferece benefícios fiscais para pesquisa e desenvolvimento, produção tecnológica e autopeças.

Em pesquisa, o Mover prevê crédito num total de R$ 19,8 bilhões até 2028. Doria observa que o Brasil passará a ser um hub de exportação dessas companhias para vizinhos como Argentina, Colômbia e Bolívia, o que também é importante na estratégia de expansão chinesa.

Tarifas dos EUA

Milad Kalume Neto, consultor e especialista no mercado automotivo, lembra que com o aumento do protecionismo dos mercados da Europa e dos EUA, com aumento de tarifas de importação sobre os carros elétricos chineses, as companhias do país asiático têm buscado “saídas estratégicas” em outros mercados, como Rússia, Austrália e Tailândia.

Para Kalume, o Brasil tornou-se uma peça fundamental de expansão global das montadoras chinesas e a fabricação aqui deve levar a ganho de mercado doméstico, acirrando a competição com as outras multinacionais que já produzem no país.

“ O Brasil não é apenas um “campo de provas” para as montadoras chinesas, mas uma saída estratégica já que é um mercado consolidado. E está fora das regiões onde essas companhias estão enfrentando restrições comerciais”, afirma Kalume Neto.

Contratações

Na GWM, as contratações já começaram e chegarão a 700 funcionários este ano. Do investimento previsto no Brasil, de R$ 4 bilhões até 2026, ao menos 50% já foram aplicados.

A GWM vai produzir o híbrido Haval 6, a gasolina, na fábrica que comprou da alemã Mercedes Benz no interior paulista. Em maio, após a inauguração da unidade reformada, começam a ser feitos os primeiros protótipos. Depois de ajustes na linha de produção, em julho deve começar a produção efetivamente.

Problemas trabalhistas

Em dezembro, a BYD teve problemas com uma empresa terceirizada chinesa, a Jinjiang Group, que foi acusada pelo Ministério do Trabalho brasileiro de submeter 163 operários chineses trazidos para a obra a condições degradantes de trabalho.

A BYD cortou relações com a empresa, que negou essa situação. Por isso, a primeira fase que estava prevista para terminar após o carnaval, pode atrasar um pouco, diz uma fonte ligadas às obras.

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https://www.osul.com.br/montadoras-chinesas-comecam-a-produzir-carros-eletricos-no-brasil-em-2025-e-acirram-disputa-no-mercado/ Montadoras chinesas começam a produzir carros elétricos no Brasil em 2025 e acirram disputa no mercado 2025-01-12
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