Quinta-feira, 17 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2020
Ao todo, as associadas à Anfavea têm 125,6 mil empregados diretos
Foto: Agência BrasilMais de 100 mil trabalhadores das montadoras instaladas no Brasil entram em férias coletivas neste mês. Na maior parte, a parada terá início nesta segunda (23), e a volta ao trabalho está prevista para a segunda quinzena de abril —embora todas condicionem o retorno à evolução da pandemia do coronavírus.
Ao todo, as associadas à Anfavea (entidade que reúne as fabricantes de automóveis, ônibus e caminhões) têm 125,6 mil empregados diretos.
Nesta sexta (20), FCA Fiat Chrysler, Honda, PSA Peugeot Citroën, BMW e Renault confirmaram o fechamento de suas linhas de produção.
Apesar de ter registrado um caso suspeito de Covid-19 na fábrica de Piracicaba (SP), a Hyundai Motors do Brasil é uma das raras montadoras que ainda não anunciaram férias coletivas. A unidade tem 2.500 funcionários. A produção está interrompida desta sexta até a segunda (23).
As interrupções nas linhas de montagem geram um efeito dominó no setor. A direção do Sindipeças, que representa os fornecedores de componentes, acompanha o movimento das montadoras de veículos, mas evita fazer estimativas sobre os efeitos da pandemia entre os sistemistas, que são responsáveis por 248 mil empregos diretos no país.
A Pirelli emprega 8.000 desses trabalhadores. A fabricante de pneus estará em férias coletivas no Brasil a partir de segunda. A data prevista para retorno não foi divulgada.
As redes concessionárias também começam a fechar as portas. A paralisação já vigora na cidade de São Paulo, mas ainda há lojas funcionando em outros estados. Ao todo, o setor emprega 305 mil funcionários, segundo a Fenabrave (associação das revendas).
A crise gerada pelo coronavírus traz o medo do desemprego de volta ao universo automotivo, que ainda não se recuperou dos resultados ruins acumulados entre 2014 e 2017.
Em 2013, o número de empregados em fábricas e revendedores se aproximava de 1 milhão. São trabalhadores qualificados: operários de linhas de montagem passam por treinamentos específicos e constante atualização, por isso têm alguns dos salários mais altos do setor industrial.