Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2020
O ex-ministro Sérgio Moro negou a acusação do presidente Jair Bolsonaro de que a substituição do ex-diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, tenha sido ‘moeda de troca’ para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF), que abrirá em novembro com a aposentadoria do decano, ministro Celso de Mello.
“A permanência do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF”, escreveu Moro. “Aliás, se fosse esse meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”.
Em pronunciamento, Bolsonaro afirmou que Moro condicionou a exoneração de Valeiro à indicação para a Corte. “Me desculpe, mas não é por aí”, declarou Bolsonaro no Palácio do Planalto. “Reconheço as suas qualidades em chegando lá, se um dia chegar, pode fazer um bom trabalho, mas eu não troco. E outra coisa, é desmoralizante para um presidente ouvir isso”.
Valeixo foi exonerado nesta sexta-feira, 24, levando Moro a pedir demissão em sequência e acusar Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência. Moro era um dos cotados para vaga no STF, indicação que cabe ao presidente da República.
Mais tarde, Moro se manifestou mais uma vez pelo twitter: “De fato, o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituído. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado.