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Por Redação O Sul | 4 de setembro de 2017
No último dia 25 de agosto, a atriz chegou a receber alta da Unidade de Tratamento Intensivo do hospital e foi levada para o quarto. Em julho, a atriz tinha sido internada por duas semanas em uma clínica em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Ela deu entrada na unidade no dia 13 por conta de uma infecção generalizada. O seu quadro havia piorado depois de uma crise convulsiva.
Uma de suas últimas aparições públicas foi na Parada LGBT, em São Paulo. Procurada pela revista Marie Claire, Leandra Leal, que dirigiu o filme Divinas Divas, se disse muito emocionada com a perda.
O cartunista Chico Caruso lembrou, também, com emoção como era trabalhar com Rogéria.
“Rogéria era uma artista maravilhosa. Era mais fácil trabalhar com ela do que com qualquer pessoa. Era só acender a luz que ela brilhava. Era sensacional. Ela se dizia a travesti da família brasileira. Ela levava a família brasileira pra ver seus shows. Nunca enchemos uma casa com shows como os dela. Era sensacional”, lamentou.
O produtor e empresário da artista, Alexandro Haddad, havia falado sobre o estado de saúde de Rogéria ao programa “A Casa é Sua”, da Rede TV. “Ela estava bem até o início da tarde. Mas, por volta das 14h30min, a médica nos chamou para informar que Rogéria teve uma convulsão e está com infecção generalizada. Estou sem chão! Essa situação provocou danos neurológicos que ainda não sabemos quais são. Eu queria repassar para as pessoas que ela estava bem, melhorando. Mas hoje ela piorou”, lamentou. O quadro clínico, desde então, piorou.
Carreira
Antes de se tornar famosa, Rogéria trabalhou como maquiadora na TV Rio. Lá, foi incentivada a ingressar no universo das artes cênicas, encontrando sua verdadeira vocação como atriz. Sua estreia foi em 29 de maio na Galeria Alaska.
Seu nome artístico surgiu em um concurso de carnaval onde se apresentou como Rogério. Ao final do show, a plateia a ovacionou aos gritos de Rogéria. Astolfo Barroso Pinto, seu nome de batismo, deixou, então, de ser usado.
Por três anos foi vedete de Carlos Machado, onde alcançou o sucesso. Ao final deste período, decidiu tentar carreira internacional. Viajou para Angola, Moçambique e seguiu para a Europa. Em Paris, virou estrela de renome graças a sua temporada na boate Carrousel entre os anos de 1971 e 1973.
De volta ao Brasil, participou de diversas produções. Chegou a ganhar, em 1979, o Prêmio Mambembe de atriz revelação pela peça “O Desembestado”, de Aderbal Freire-Filho.
Também estrelou vários filmes no cinema, entre eles “Divinas Divas”, dirigido por Leandra Leal. “Eu devia ter uns 7 anos. Lembro de estar correndo nos bastidores e uma mão forte me puxou. Virei e uma mulher disse: ‘Você é loura e branca como eu. Quando quiser ficar com as bochechas rosa, não precisa passar blush, belisque como a Scarlett O’Hara em E o Vento Levou…”, disse Leandra sobre Rogéria em uma entrevista recente.
A artista também foi figura frequente em programas de auditório, como do lendário Chacrinha.
Em 2016, lançou sua biografia “Rogéria – Uma mulher e mais um pouco”, de Marcio Paschoal. (AG/Marie Claire)