Após quase dez dias de internação em UTI de Hospital, morreu no Rio de Janeiro a geóloga gaúcha Virgínia Gazola, 29 anos. Ela havia sofrido queda de 6 metros quando uma sacada desabou do segundo andar de um casarão no bairro da Lapa, durante um evento musical no dia 9. Até a noite dessa segunda-feira (18) não havia informações sobre velório e sepultamento.
De acordo com relatos informais de testemunhas, o local estava lotado no momento do acidente. Trata-se do Armazém do Campo, espaço de venda de produtos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em um imóvel recentemente declarado Patrimônio Cultural Imaterial da capital fluminense.
Virgínia morava na cidade desde a sua efetivação em cargo como concursada da Petrobras, meses atrás. Após a queda, ela foi socorrida já em estado crítico e levada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, depois transferida para a UTI neurológica de uma instituição particular.
Conforme o Corpo de Bombeiros, o imóvel estava irregular junto ao órgão e não contava com autorização para promover eventos com presença de público – somente para atuar no comércio. O casarão está agora interditado e o incidente é alvo de investigação pela Polícia Civil.
Relatos de testemunhas
Desde o acidente, frequentadores têm se manifestado na internet sobre o caso. Alguns mencionaram o fato de a estrutura do local ser, supostamente, precária. Foi o caso de uma jovem:
“Eu estava no show. A moça caiu por causa de uma varanda quebrada. O acidente foi super grave. Ela ficou inconsciente, sangue saindo pelo ouvido. Cadê o alvará dos bombeiros do local? É uma enorme irresponsabilidade organizar eventos superlotados mas sem condições mínimas de infraestrutura”.
Outra testemunha deixou o seu desabafo: “Foi horrível, um barulho enorme. Eu estava bem perto na hora. Não consegui dormir direito até agora”, relatou outro internauta. “Essa grade estava solta há muito tempo. Aliás, eu avisei há meses atrás, e a porta foi trancada. Achei muita irresponsabilidade vocês abrirem essa porta sem solucionar de fato o problema”.
Manifestações de pesar
Numa rede social, o pai da jovem, fez uma postagem de despedida. “Te amamos demais, minha filha. Cuida da gente aí de cima”, escreveu Ricardo Gazola. O diretório do curso de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde Virgínia obteve o diploma de graduação em, 2018, também se manifestou:
“É com profundo pesar que recebemos o comunicado do falecimento (…). Virginia era conhecida por sua dedicação e paixão pela área da Geologia, tendo sido recentemente aprovada em concurso para carreira na Petrobras. Neste momento de dor, solidarizamo-nos com familiares, amigos e colegas, expressando nossas sinceras condolências. Que sua memória seja uma fonte de conforto e inspiração para todos que a conheceram”.
Os responsáveis pelo Armazém do Campo, local do acidente, divulgaram comunicado nas redes sociais. “É com profundo pesar que vimos aqui nos solidarizar com os entes queridos e amigos pelo falecimento da Virginia Gazola. Estamos muito tristes. Nossos pêsames aos familiares e amigos e conforto neste momento de intensa dor”.
Em nota, a Petrobras lamentou profundamente a morte de Virginia e informou ter oferecido “todo suporte médico, psicossocial e logístico durante a internação e segue dando todo o apoio à família nesse momento de dor”.
(Marcello Campos)