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Política Morre aos 77 anos, vítima de câncer, o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro que ajudou a eleger de Paulo Maluf a Lula

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Duda enfrentava um câncer e teve seu estado de saúde agravado pela Covid-19

Foto: Lula Marques/Divulgação
Duda enfrentava um câncer e teve seu estado de saúde agravado pela Covid-19. (Foto: Lula Marques/Divulgação)

Figura disputada entre políticos, o marqueteiro Duda Mendonça, que morreu aos 77 anos, teve uma carreira marcada por grandes trabalhos em eleições no Brasil. A morte de Duda foi confirmada pela família nesta segunda-feira (16). Ele estava internado em São Paulo, no Hospital Sírio Libanês.

O ex-marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) estava hospitalizado para tratar um câncer no cérebro e fazia quimioterapia. Em junho, ele foi diagnosticado com a Covid-19, que agravou o quadro de saúde e precisou ser intubado. O corpo de Duda será cremado, e os detalhes sobre o local estão sendo definidos pelos familiares.

Entre as campanhas que liderou, se destacam a de Paulo Maluf à Prefeitura de São Paulo em 1992 e a de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência em 2002. A partir da aproximação com vários políticos, Duda Mendonça também se envolveu em escândalos de corrupção.

Em 2005, o nome dele apareceu no Mensalão, onde virou réu no STF (Supremo Tribunal Federal) junto com outras 37 pessoas e foi acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Já em 2016, o marqueteiro passou a ser investigado na Operação Lava-Jato e virou réu no STF novamente, pelos mesmos crimes que respondeu no Mensalão.

Escândalos de corrupção

O primeiro escândalo de corrupção em que Duda Mendonça foi citado foi o Mensalão, em 2005. O marqueteiro virou réu no Supremo Tribunal Federal junto com outras 37 pessoas e foi acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios, que também apurou o Mensalão, Duda confessou ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula, como recurso não contabilizado, o chamado “caixa 2”.

A defesa do marqueteiro argumentou que ele cometeu o crime de sonegação fiscal, não o de lavagem de dinheiro. Além disso, os advogados também informaram que ele não sabia da origem ilícita do dinheiro recebido pelo PT e que nunca tentou ocultar os valores. Duda também pagou o que devia ao fisco, cerca de R$ 4,8 milhões. Com isso, ele foi absolvido no julgamento do mensalão, em 2012.

Em 2016, Duda passou a ser investigado na Operação Lava-Jato e virou réu no STF novamente, pelos mesmos crimes que respondeu no Mensalão. No processo, ele foi acusado de receber por serviços ao PT, por meio de uma offshore nas Bahamas. Offshore é o termo usado para sociedades ou contas bancárias que são abertas fora do local de domicílio dos proprietários, para ter um regime tributário diferente.

Em 2017, o publicitário assinou um acordo de delação premiada relacionado à Lava-Jato, que foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF. Ele foi o terceiro marqueteiro do partido a assinar a delação. As revelações foram anexadas à investigação e são mantidas sob sigilo desde então.

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