Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2024
O músico participou de importantes orquestras fora do País
Foto: Carlos Gustavo Kersten/DivulgaçãoO pianista Arthur Moreira Lima morreu na noite de quarta-feira (30), aos 84 anos, em Florianópolis (SC). Ele tratava um câncer no intestino que havia descoberto no ano passado.
Alguns dos destaques da sua carreira foram as interpretações de grandes compositores como Liszt, Chopin, Prokofiev e Villa-Lobos, além de popularizar a música brasileira com gravações de Ernesto Nazareth e clássicos do choro e do samba.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, lamentou a morte do pianista. “O Brasil perde Arthur Moreira Lima, um dos maiores pianistas do seu tempo e que adotou Santa Catarina como seu lar. Um artista que viajou o mundo e dedicou a vida a levar a música clássica a todos os cantos do País, encantando corações e mentes com seu talento único”, afirmou nas redes sociais.
Nascido no Rio de Janeiro em 1940, o pianista de projeção internacional iniciou seus estudos ainda criança e teve o primeiro recital profissional em 1949, no Theatro da Paz, em Belém (PA). Na época, venceu importantes concursos no Brasil, como o Jovens Solistas, promovido pela Orquestra Sinfônica Brasileira, nas edições de 1949 e 1952.
O músico participou de importantes orquestras fora do País. Segundo informações do Instituto Piano Brasileiro, entre as orquestras e regentes com quem se apresentou, destacam-se as filarmônicas de Leningrado, Moscou e Varsóvia, as sinfônicas de Berlim, Viena e Praga, além das orquestras da BBC de Londres e a Nacional da França.
No Brasil, entre os artistas e grupos com quem trabalhou, um dos destaques é o conjunto Época de Ouro, fundado por Jacob do Bandolim, o cantor e violeiro Elomar Figueira Mello e os maestros e multi-instrumentistas Paulo Moura e Heraldo do Monte.
A partir da década de 1990, Lima passou a se apresentar com maior frequência em espaços públicos para a população sem acesso às salas de concertos e espetáculos. Tocou em eventos no Morro da Mangueira e na Favela da Rocinha, além de percorrer o País a bordo do caminhão-teatro, a partir de 2003, realizando concertos gratuitos. O projeto, chamado “Um Piano pela Estrada”, levava música a locais onde o acesso à cultura era precário, com mais de 500 concertos realizados.