O dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, morreu na manhã desta quinta-feira (6), aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado na UTI do Hospital das Clínicas desde a manhã de terça (4), após sofrer queimaduras durante um incêndio no seu apartamento, na Zona Sul da capital paulista.
O estado de saúde do dramaturgo havia se agravado na quarta-feira (5), quando desenvolveu quadro de insuficiência renal. Desde então, a sua situação piorou, sem que ele conseguisse responder ao tratamento. O diretor teve falência dos órgãos na manhã desta quinta.
Zé Celso estava dormindo quando, por volta das 7h30min, seu apartamento começou a pegar fogo. A suspeita é de que o incêndio tenha começado após um curto-circuito em um aquecedor. Ele teve quase 60% do corpo queimado.
Além do dramaturgo, estavam no apartamento Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt, Victor Rosa e o cachorro Nagô. Todos ficaram em observação por terem inalado muita fumaça e passam bem.
Quem era Zé Celso
O dramaturgo, que nasceu em Araraquara, no interior paulista, em 1937, é conhecido pela maneira excêntrica e ousada de montar suas peças de teatro e provocar a plateia.
Ele iniciou a carreira no final da década de 1950 com duas peças de sua autoria: “Vento Forte para Papagaio Subir” e “A Incubadeira”. Sua influência artística foi além dos palcos, aparecendo também em obras do cinema, como “O Rei da Vela” e “25”.
Ele fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina. Sem medo de experimentações e com constante desejo de renovação, Zé Celso provocou atores e público, criando um teatro mais sensorial, sempre guiado pela realidade política e cultura do País.
Em 1964, Zé Celso levou ao palco a peça “Andorra”, que marcou sua transição do realismo para um teatro com uma postura mais crítica, inspirada no dramaturgo alemão Bertolt Brecht.