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Por Redação O Sul | 15 de maio de 2021
Uma dos nomes mais queridos dos telespectadores brasileiros, a atriz Eva Wilma morreu às 22h10min deste sábado (15), aos 87 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer descoberto no ovário há uma semana. Ela estava internada desde o dia 15 de abril no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, inicialmente para tratar problemas cardíacos e renais.
“Vivinha, é assim (sorridentes) que vamos lembrar de você. Obrigado pelos momentos maravilhosos que vivemos juntos e estarão eternamente em nossos corações”, escreveram assessores da artista na rede social Instagram. Em setembro passado, ela havia comemorado 70 anos de carreira.
Nascida na capital paulista em 14 de dezembro de 1933 e batizada com o nome de Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini, a atriz era filha de um metalúrgico alemão e de uma portenha judia. Ela deixou os filhos Vivien Buckup e John Herbert Buckup Jr, frutos de seu primeiro casamento com o colega John Herbert, de 1955 a 1976.
No início da década de 1950, após chamar a atenção como bailarina clássica, ela estreou como figurante em filmes italianos e fez dois filmes com o diretor Armando Couto e o ator Procópio Ferreira, “O Homem dos Papagaios” e “A Sogra”.
Ao longo da carreira, trabalhou com diretores como Walter Hugo Khouri (“A ilha”), Luiz Sérgio Person (“São Paulo S.A”) e Roberto Farias (“A cidade ameaçada”). Na TV, a atriz estreou na Tupi, em 1953, no seriado “Namorados de São Paulo” (depois rebatizado para “Alô, Doçura”).
“Eram horas de ensaio antes da ação acontecer em tempo real, diante das câmeras”, relembrou em entrevista à imprensa. “Na época, a televisão era toda feita ao vivo, pois o videotape só chegaria em 1959, com a TV Continental no Rio de Janeiro. Tudo era muito artesanal. A gente ensaiava e combinava tudo antes.”
Ao longo dos anos 1970, Wilma se tornou uma das principais estrelas da TV brasileira. Fez sucesso atuando ao lado do também ator Carlos Zara em diversos programas, muitas vezes como par romântico – eles se casariam em 1979, em uma união encerrada pela morte dele, em 2002.
Seus sucessos na telinha incluem as gêmeas Ruth e Raquel na primeira versão de “Mulheres de Areia”, de Ivani Ribeiro, e papeis em novelas como “A viagem”, “O direito de nascer” e “Selva de pedra”. Na década de 1990, voltou a fazer sucesso nacional como Altiva, com seu sotaque nordestino e misturado com inglês na fictícia “Greenville”.
Em entrevista de 2019 ao jornal “O Globo”, Eva Wilma falou com empolgação sobre os projetos nos quais esteve envolvida, como a novela “O Tempo Não Para”, de 2018, um recital e a comédia “As Aparecidas”, dirigida por Ivan Feijó.
Com bom humor, a Wilma admitia as dificuldades que a idade tinha trazido, como as dificuldades para decorar texto (“lembrar as datas, então, é um horror”), lamentava a perda de amigos, mas dizia que continuava em frente: “O segredo para seguir é não se levar a sério”.
Engajada politicamente, ela militou contra a ditadura (1964-1985) e participou da histórica “Marcha dos 100 Mil” em 1968. Na novela “Roda de Fogo” (1986-1987), fez o papel da ex-militante Maura, torturada durante o regime militar. Após um período ausente, voltou às novelas com “Fina Estampa”, de 2011.
Também fez aparições no seriado “A Grande Família” em 2014. Em setembro do ano passado, aderiu às transmissões virtuais por meio de “lives”, apresentando-se dentro de casa com o espetáculo virtual “Eva, a Live”, acompanhado pelos fãs no site de vídeos YouTube e também no Instagram.