Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2025
Ao longo da sua trajetória, Léo se destacou como narrador e também como apresentador
Foto: Reprodução de TVO jornalista Léo Batista morreu neste domingo (19), aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Um dos maiores ícones do jornalismo esportivo brasileiro, ele estava internado no Hospital Rios D’Or desde o dia 6 de janeiro.
Hospitalizado com um quadro de desidratação e dor abdominal, após exames, Léo foi diagnosticado com um câncer no pâncreas, que o levou à morte.
Ao longo da sua trajetória profissional, o jornalista se destacou como narrador e apresentador. Ele trabalhava na TV Globo desde 1970.
Batizado de João Baptista Belinaso Neto, Léo nasceu em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, no interior de São Paulo. Na década de 1940, incentivado por um primo, participou e foi aprovado em um concurso para locutor do serviço de alto-falante da cidade.
Filho de imigrantes italianos, Léo deixou o colégio interno aos 14 anos para ajudar a família. Mudou-se para Campinas (SP) para completar os estudos e trabalhou como garçom e “faz-tudo” na pensão do pai antes de se dedicar ao rádio.
Começou a sua carreira na Rádio Birigui e passou por várias emissoras do interior paulista, onde narrava jogos de futebol e elaborava noticiários.
Em 1952, se mudou para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Rádio Globo, onde trabalhou como locutor e redator de notícias. Seu primeiro trabalho na rádio, ainda com o nome de Belinaso Neto, foi no programa “O Globo no Ar”. Dois anos depois, passou a integrar a equipe esportiva da rádio.
Léo estreou na locução esportiva na Rádio Globo ao narrar a partida entre São Cristóvão e Bonsucesso, no Maracanã.
Morte de Getúlio Vargas
Um dos muitos momentos históricos narrados por Léo Batista foi a morte do então presidente do Brasil Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. Ele estava de plantão na Rádio Globo e noticiou, em primeira mão, o suicídio de Getúlio.
TV Globo
Em 1955, Léo trocou o rádio pela televisão, sendo contratado pela TV Rio. Lá, organizou e participou do Jornal Pirelli e de outros programas. Em 1968, deixou a TV Rio e passou pela TV Excelsior, antes de começar na Globo, em 1970.
O início da sua trajetória na emissora onde trabalhou por mais de 50 anos foi durante a Copa do Mundo em que o Brasil conquistou o tricampeonato mundial. Primeiro, narrou às pressas o jogo entre Peru e Bulgária após um problema técnico com a equipe que faria a transmissão direto do México, sede da competição.
Pouco depois, foi chamado para substituir Cid Moreira em uma edição extraordinária do Jornal Nacional. Seu desempenho no JN garantiu a sua contratação definitiva pela Globo, onde apresentou as edições de sábado do jornal por muitos anos.
Léo Batista foi um dos apresentadores na estreia do Jornal Hoje, em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes. Também apresentou o Esporte Espetacular, criado em 1973, e o Globo Esporte, lançado em 1978.
A narração de Léo Batista tornou-se característica dos “Gols do Fantástico”, quadro que ele apresentou até 2007. Nos anos 2000, ele também participou do “Baú do Esporte” e de outros quadros do Fantástico e do Esporte Espetacular.