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Por Redação O Sul | 25 de abril de 2020
Ricardo Brennand ficou internacionalmente famoso pela criação de um instituto cultural mundialmente reconhecido que levava seu nome.
Foto: Marcos Corrêa/PRMorreu aos 92 anos na madrugada deste sábado (25), no Recife, o empresário e engenheiro pernambucano Ricardo Brennand. Ele teve o resultado do teste positivo para a Covid-19 e estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Real Hospital Português, no bairro do Paissandu, na área central da cidade, desde domingo (19). As informações são do G1.
Colecionador e incentivador das artes, Ricardo Brennand deixa esposa e oito filhos, além de 23 netos, 48 bisnetos e uma tataraneta. Segundo a família, o corpo será cremado.
Ricardo Brennand era primo do ceramista e artista plástico Francisco Brennand, que morreu aos 92 anos, no Recife, no mesmo hospital, no dia 19 de dezembro de 2019, devido a uma infecção respiratória.
Quem era Ricardo Brennand
Nascido no município do Cabo de Santo Agostinho, Ricardo Brennand criou grandes indústrias de aço, cimento, vidro e açúcar. Ficou internacionalmente famoso pela criação de um instituto cultural reconhecido mundialmente nas terras do antigo Engenho São João, no bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife, o Instituto Ricardo Brennand.
O complexo cultural fica em uma área de 180 mil metros quadrados recortados por jardins, lagos, obras de arte e um castelo medieval. O instituto reúne um acervo da história e da arte que fica de legado para as futuras gerações. Na inauguração, há 18 anos, esteve presente o príncipe herdeiro da Dinamarca, Frederick Terceiro.
A rainha Beatrix, da Holanda, também visitou o instituto para a inauguração da maior coleção particular de quadros de Frans Post no mundo, composta de 15 pinturas. O pintor, da comitiva de Maurício de Nassau, transferiu para as telas as primeiras paisagens do Brasil do Século XVII. O instituto reúne o maior acervo do período da ocupação holandesa no país. A rainha esteve acompanhada do filho William Alexander e da noiva máxima, que se tornariam rei e rainha dos Países Baixos.
Brennand era conhecido por ser um colecionador obstinado. O lugar foi construído em forma de castelo e tinha como objetivo abrigar a coleção de mais de 5 mil armas brancas de todos os continentes – espadas, armaduras, miniaturas, canhões, chaves, relógios e armas modernas automáticas. Construiu ainda a Igreja de Nossa Senhora das Graças, em estilo gótico, para a esposa.