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Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2023
O ex-soberano é primo do rei britânico Charles III e padrinho do príncipe William.
Foto: ReproduçãoO antigo rei da Grécia Constantino 2º, o último monarca a ocupar o trono antes da instauração da República no país, morreu em Atenas nesta terça-feira (10), aos 82 anos.
Segundo informações da imprensa grega, a causa da morte foi um acidente vascular cerebral (AVC). Ele foi internado em um hospital na capital do país na semana passada com problemas respiratórios.
Constantino, primo do rei britânico Charles 3º, nasceu em 2 de junho de 1940 em Atenas. Ele era filho do príncipe Paulo 1º da Grécia – irmão do rei George 2º – e da princesa Federica, de Hanôver.
Ele pertencia à Casa Real de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, ou Casa de Glücksburg, com origem no século 14, que incluía famílias reais na Dinamarca, Noruega e Grécia. Era também a Casa Real à qual pertencia o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido.
Antes de seu primeiro aniversário, a família real teve de deixar o país para escapar da invasão de tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O rei George 2º voltou à Grécia em 1946, mas morreria meses mais tarde, fazendo com que Constantino se tornasse o herdeiro do trono.
Seu pai, o rei Paulo 1º, morreu de câncer em 1964, ano em que Constantino se tornou o rei da Grécia.
Breve reinado
O jovem monarca, que já tinha sido campeão olímpico de iatismo, era bastante popular. Mas, parte desse apoio se esvaiu em razão de seu envolvimento em manobras políticas, em um período marcado pela instabilidade no país.
Após o golpe de Estado de 1967, Constantino foi obrigado a se exilar no Reino Unido depois de tentar, sem sucesso, organizar um contragolpe. Um ano mais tarde, um referendo proposto pelo governo de unidade nacional aboliu de vez a monarquia e enterrou suas esperanças de voltar a reinar.
O fato de Constantino aceitar o juramento da tomada de posse da junta militar que governaria a Grécia pelos próximos anos fez com que ele fosse considerado um colaborador da ditadura que se instaurou no país.
Em 1994, o governo retirou sua cidadania grega, porque ele desejava manter em seu passaporte o nome Constantino da Grécia, e não Constantino Glücksburg, que estaria de acordo as regras da República grega, que proíbe títulos nobiliárquicos.
Constantino viveu até ao final de sua vida apenas com a cidadania dinamarquesa, embora tenha voltado a viver na Grécia a partir de 2013.