Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2024
O caso foi denunciado ao MPRS, que investigará a situação.
Foto: Divulgação/UPFMorreu na noite deste domingo (15) o sapo-cururu fêmea que havia sido encontrada com a boca colada no Rio Grande do Sul. O anfíbio precisou passar por cirurgia, no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF), não resistiu aos ferimentos. O animal foi localizado por uma moradora do bairro São Cristóvão, em Passo Fundo, e levado à equipe veterinária da universidade.
Conforme a professora Micheli Ataíde, coordenadora do Grupo de Estudos de Animais Silvestres (Geas) da UPF, o animal chegou ao hospital em estado bastante debilitado. Além da boca colada, foi necessário remover objetos encontrados em seu estômago.
A instituição não revelou o tipo de objeto achado no estômago do animal, mas o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que investiga o caso, relatou que foi ‘observada a presença de cabelo e outros elementos que permitem identificar que o animal foi submetido a maus-tratos’.
Estima-se que o sapo tenha ficado cerca de três dias com a boca colada, apresentando sinais de desnutrição e desidratação. No hospital, o animal foi estabilizado, hidratado e recebeu nutrição intravenosa. Em seguida, iniciou-se o processo de remoção da cola, que levou cerca de 18 horas. Após a retirada da cola, a equipe de veterinários realizou exames e constatou, por meio de raio-X, a presença de um corpo estranho no estômago. Assim, o sapo precisou passar por uma cirurgia para desobstrução.
“Avaliamos assim que chegou. Precisamos, antes de tudo, hidratar ela. Então, sedamos para conseguir abrir a boca e tirar a cola. Contudo, quando retiramos a cola, percebi que a boca estava bem machucada. Fizemos um raio X e constatamos que o estômago dela estava compactado, sendo necessária a cirurgia”, explicou Micheli.
Segundo Ataíde, cirurgias do trato digestório possuem um risco maior, já que a abertura desses órgãos possui bactérias que podem gerar uma infecção importante, até generalizada.
“Com recursos médicos, o emprego de antibióticos e acompanhamento intensivo, os riscos são minimizados e acompanhados de perto. Porém, infelizmente, não foram suficientes para salvar a vida do animal”, disse.
O caso foi denunciado ao MPRS, que investigará a situação. Segundo o promotor de Justiça do Meio Ambiente da cidade, Paulo Cirne, “é uma forma de ritual, situação já verificada em outras cidades, mas pela primeira vez em Passo Fundo. Uma prática considerada maus-tratos, já que o animal, se não fosse atendido, iria a óbito. Então, o MPRS vai averiguar a situação”.
Cirne ressaltou que com a morte do anfíbio, a penalidade é agravada. Nesse caso, a punição pode ser aumentada em um intervalo que varia de 1/6 a 1/3 da pena originalmente prevista. As informações são do portal de notícias Terra.
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