Porto Alegre registrou um índice de 7,8 óbitos por mil nascidos vivos em 2022, abaixo das médias registradas no Rio Grande do Sul (10,46) e no Brasil (12,6). Os números constam no mais recente boletim do Comitê de Prevenção do Óbito Infantil e Fetal de Porto Alegre, que traz uma análise sobre os fatores que influenciam de mortalidade infantil, um dos principais indicadores de saúde e qualidade de vida da população.
O estudo destaca a importância de reduzir os coeficientes de mortalidade infantil, que refletem o nível de desenvolvimento socioeconômico e a efetividade do sistema de saúde. A meta estabelecida para Porto Alegre é de manter o coeficiente abaixo de 8,5 até 2025, conforme o Plano Municipal de Saúde.
As principais causas de óbito infantil em Porto Alegre são afecções perinatais e malformações congênitas, responsáveis por mais de 80% dos casos. A qualificação do pré-natal e da assistência ao parto e nascimento é apontada como fundamental para a redução desses coeficientes.
A análise histórica dos coeficientes de mortalidade infantil na cidade revela uma tendência de queda ao longo dos últimos anos. Os menores índices foram registrados em 2020 e 2022. Os dados revelam que a mortalidade infantil está correlacionada com fatores socioeconômicos, como o peso ao nascer e a duração da gestação.
Em 2023, bebês nascidos com menos de 2,5 kg apresentaram uma taxa de mortalidade significativamente maior em relação aos que nasceram com mais de 2,5 kg. Além disso, algumas regiões da cidade, como o bairro Cristal e as regiões da Cruzeiro e o Extremo-Sul, apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade, apontando a necessidade de avaliar o acesso aos serviços nestes distritos.
Outro fator de destaque é a escolaridade materna. O coeficiente de mortalidade infantil é consideravelmente maior entre mães com menos anos de estudo, demonstrando a importância do número de anos de estudo das mães como fator de proteção ao óbito infantil.