O médico gaúcho Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, encontrado morto em Dourados (MS) com as mãos e os pés amarrados, na segunda-feira (7), integrava um grupo de estelionatários e foi morto por cobrar uma dívida de R$ 500 mil da quadrilha, de acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil sul-mato-grossense em entrevista na terça-feira (8).
A cobrança da dívida teria sido feita à principal suspeita do homicídio, uma mulher identificada pela polícia apenas como Bruna. Ela ainda será ouvida pelos investigadores. Gabriel teria ameaçado entregar o grupo criminoso à polícia caso não recebesse o dinheiro.
Conforme a polícia, ele participava de golpes de estelionato antes mesmo de ter se formado em medicina e faria parte de um esquema de fraude em cartões de crédito. No entanto, os investigadores também trabalham com a hipótese de que o médico não sabia da existência da quadrilha em si e de que mantinha contato apenas com Bruna.
Após a execução, a mulher pegou o celular da vítima, leu as mensagens e aplicou golpes nos amigos do médico, além de ter esvaziado uma das contas bancárias que conseguiu acessar pelo aparelho.
A polícia já descarta o envolvimento de outras pessoas da quadrilha de estelionatários no assassinato do gaúcho. Sobre os homens que executaram o médico, presos na segunda-feira (7), a polícia informou que eles foram contratados especialmente para realizar o crime.
Na casa onde o corpo foi encontrado, os agentes também acharam aparelhos de tortura e choque. A tortura ocorreu a partir de asfixia e perfuração, segundo a polícia.
Relembre o caso
A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul prendeu em Pará de Minas (MG), na manhã de segunda-feira, quatro suspeitos de matar o médico gaúcho. Gabriel foi encontrado morto em uma casa em Dourados (MS) – cidade onde morava e trabalhava – no dia 3. Ele estava desaparecido desde 29 de julho.
O médico foi encontrado deitado com os pés e as mãos amarrados, já em estado de decomposição, vestindo uma roupa de hospital com o seu nome. Ele era natural de Santa Cruz do Sul, onde foi sepultado no sábado (5).
Os investigadores chegaram até o corpo depois que uma vizinha acionou a Polícia Militar por causa do cheiro de decomposição. Ela também disse à polícia que o carro de Gabriel estava estacionado em frente à casa havia alguns dias. De acordo com a Polícia Civil, o médico estaria morto há mais de quatro dias.