Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2025
A prática regular de atividades físicas é essencial para a saúde, pois contribui de forma significativa para a prevenção de doenças cardiovasculares e para a melhoria do bem-estar geral. No entanto, quando realizada sem os cuidados necessários, pode acarretar riscos graves, como a morte súbita cardiológica – um evento raro, mas de grande impacto na vida das pessoas. Essa situação pode ocorrer sem aviso prévio e, por isso, exige atenção redobrada, especialmente por aqueles que praticam esportes ou atividades físicas intensas.
O cardiologista Raphael Boesche Guimarães, especialista na área, esclarece que a prevenção e o acompanhamento médico são fundamentais para reduzir esses riscos. Segundo o médico, a morte súbita ocorre quando há uma parada cardíaca inesperada, geralmente dentro de uma hora após o surgimento dos primeiros sintomas.
“O perigo está justamente no fator surpresa. Muitas dessas condições são silenciosas e só se manifestam quando o coração é colocado sob estresse intenso”, explica Guimarães. Isso torna ainda mais crucial o diagnóstico precoce, pois muitas vezes a pessoa não percebe que está em risco até que seja tarde demais.
Durante a prática esportiva, o coração precisa trabalhar mais para fornecer oxigênio aos músculos, o que pode desencadear complicações em indivíduos predispostos a doenças cardíacas.
“As principais causas são arritmias, cardiomiopatias e doenças coronarianas ocultas. Muitos atletas ou pessoas fisicamente ativas acreditam que estão imunes a problemas cardíacos, mas essa é uma ideia perigosa”, alerta o cardiologista. A crença de que a boa forma física garante uma saúde cardíaca sem riscos é um equívoco, pois essas condições podem estar presentes sem sintomas evidentes.
Estudos indicam que metade dos pacientes que sofrem morte súbita apresenta algum sintoma antes do evento fatal. Isso reforça ainda mais a importância de uma avaliação médica antes de qualquer atividade física. Exames como o eletrocardiograma e outros testes específicos são capazes de detectar doenças cardíacas silenciosas, que podem passar despercebidas.
“Um exame simples pode evitar tragédias”, afirma Guimarães, ressaltando a relevância de fazer esse check-up, principalmente se houver histórico familiar de doenças cardíacas. Os fatores genéticos desempenham um papel crucial, pois aumentam a susceptibilidade a problemas no coração, tornando o acompanhamento médico ainda mais importante.
Além disso, sinais como cansaço excessivo, palpitações e dores no peito não devem ser ignorados. “Esses sintomas podem indicar problemas mais sérios, como arritmias ou doenças nas artérias coronárias, que podem levar à morte súbita”, alerta o especialista. Por isso, é fundamental que as pessoas fiquem atentas a esses sinais e procurem orientação médica imediatamente.
O acompanhamento médico, portanto, não apenas protege a saúde, mas também ajuda a otimizar o desempenho físico.
“A detecção precoce de condições cardíacas permite intervenções adequadas e cria estratégias personalizadas de atividade física”, conclui Guimarães. Isso significa que, embora seja essencial manter-se ativo e praticar esportes, é imprescindível priorizar a segurança cardiovascular para garantir uma vida saudável e longeva.
