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Por Redação O Sul | 10 de novembro de 2017
Os acidentes de trânsito mataram 1.786 pessoas e deixaram 6.072 feridas no Rio Grande do Sul em 2015. Embora a maior parte dos mortos fosse condutor ou passageiro de carros 43%, o percentual de pedestres que perderam a vida nas vias gaúchas (26%) é superior ao nacional (23%) e ao regional (22%).
Motociclistas ou passageiros de motocicletas são 23% das vítimas mortas no Estado, ciclistas 4% e ocupantes de coletivos outros 4%. Os dados são da quarta edição do relatório Retrato da Segurança Viária, desenvolvido pela Ambev e pela consultoria Falconi com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito.
Os números do Rio Grande do Sul mostram que o cenário vem melhorando: de 2014 para 2015, o número absoluto de fatalidades caiu 12% no Estado. Atualmente, o índice de mortos por 100 mil habitantes está em 15,9, inferior à média nacional, de 19,2.
Apontado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos países com trânsito mais violento do mundo, o Brasil registrou uma baixa histórica no indicador de mortalidade devido a acidentes. O índice de óbitos por 100 mil habitantes recuou a 19,2 em 2015, o melhor resultado desde 2004. Em 2012, o indicador chegou a atingir 23,6.
O número absoluto de fatalidades também melhorou: de 2010, ano em que o Brasil aderiu à Década de Segurança no Trânsito da ONU, a 2015, as mortes ocasionadas por acidentes nas ruas e estradas do país apresentaram redução de 16%. No mesmo período, as cinco regiões brasileiras apresentaram diminuição no número de mortes.
Apesar da evolução, o Brasil ainda vive uma situação alarmante: em 2015, 39.333 pessoas perderam a vida e outras 203.853 ficaram feridas no trânsito. O relatório informa que os acidentes já são a segunda causa de morte não natural no país.
Em 2015, foram gastos cerca de R$ 19 bilhões com óbitos e feridos no trânsito no Brasil. Com esse dinheiro, seria possível comprar mais de 145 mil ambulâncias, por exemplo, cujo custo médio é estimado em R$ 130 mil, ou ainda construir mais de 60 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), às quais o Governo Federal estima um custo médio de R$300 mil cada.
Levantamento cruzou dados de várias fontes
O levantamento apresenta um panorama completo sobre a situação viária nacional, com as informações mais atualizadas disponíveis, obtidas por meio do cruzamento de dados da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), da Confederação do Transporte (CNT), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A íntegra do documento está disponível em https://www.ambev.com.br/conteudo/uploads/2017/09/Retrato-da-Seguran%C3%A7a-Vi%C3%A1ria_Ambev_2017.pdf.
A causa da segurança viária é uma das principais bandeiras defendidas pela Ambev. Além de promover campanhas de conscientização e em prol do consumo inteligente de seus produtos, em especial no combate à associação de álcool e direção, a cervejaria tomou a iniciativa de liderar a criação de uma coalizão com agentes privados, públicos e do terceiro setor para melhorar a gestão da segurança viária no Brasil. “Nós buscamos ser parte da solução do problema. A segurança viária é uma causa que defendemos há anos com campanhas de conscientização e combate à associação entre álcool e direção. O desenvolvimento do Retrato é um passo importante nesse trabalho, oferecendo as informações necessárias para o planejamento de políticas públicas efetivas para a melhora desse cenário”, explica Mariana Pimenta, gerente de relações corporativas da Ambev.
Já o Consultor Líder de Projetos da Falconi, Luis Roma, afirma que os dados refletem a importância da segurança no trânsito e devem nortear a conscientização de órgãos públicos e dos motoristas sobre dirigir com segurança. “A Falconi entende que este levantamento é o primeiro passo para construirmos um trânsito mais seguro e, consequentemente, uma sociedade melhor”, completa.
Dados do trânsito gaúcho em 2015
Vítimas de acidentes
– Mortos: 1.786
– Feridos: 6.072 feridas
Perfil dos mortos
– Condutor ou passageiro de carros: 43%
– Pedestres: 26%
– Motociclistas ou passageiros de motocicletas: 23%
– Ciclistas: 4%
– Ocupantes de coletivos: 4%
Perfil dos feridos
– Condutor ou passageiro de carros: 13%
– Pedestres: 38%
– Motociclistas ou passageiros de motocicletas: 43%
– Ciclistas: 5%
– Ocupantes de coletivos: 1%
Condição das rodovias
– Ótimo: 3%
– Bom: 24%
– Regular: 49%
– Ruim: 18%
– Péssimo: 6%
Histórico de óbitos e taxa por 100 mil habitantes
– 2004: 2.097 (19,8)
– 2005: 2.037 (18,8)
– 2006: 1.966 (17,9)
– 2007: 1.941 (17,5)
– 2008: 2.037 (18,8)
– 2009: 2.012 (18,4)
– 2010: 2.241 (21,0)
– 2011: 2.074 (19,3)
– 2012: 2.108 (19,6)
– 2013: 2.046 (18,3)
– 2014: 2.020 (18,0)
– 2015: 1.786 (15,9)
Histórico de feridos e taxa por 100 mil habitantes
– 2004: 7.681 (72,4)
– 2005: 6.131 (56,5)
– 2006: 6.604 (60,2)
– 2007: 5.093 (46,0)
– 2008: 3.478 (32,0)
– 2009: 4.144 (38,0)
– 2010: 5.691 (53,2)
– 2011: 5.449 (50,8)
– 2012: 5.228 (48,5)
– 2013: 5.419 (48,5)
– 2014: 5.297 (47,3)
– 2015: 6.072 (54,0)