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Mortes por chuvas no RS estão entre as piores do Brasil em mais de 30 anos

O governo federal colocou no ar um sistema que visa fornecer transparência ao repasse de recursos e investimentos da União no apoio à reconstrução do RS.(Foto: Mauricio Tonetto/Secom)

O Rio Grande do Sul confirmou, na noite dessa terça-feira (7), que as fortes chuvas que atingiram a região ao longo da última semana mataram ao menos 95 pessoas. O número de mortos pode aumentar ainda mais nos próximos dias, pois há um total de 131 desaparecidos, além de 372 feridos.

Quando são levadas em conta apenas as mortes por chuvas intensas, esse é um dos piores cenários em mais de 30 anos no Brasil. Segundo o Atlas Digital de Desastres no Brasil, do Ministério de Desenvolvimento Regional, com dados de 1991 a 2022, o que acontece agora no Rio Grande do Sul só foi superado pelas tempestades de maio de 2022 que mataram 117 pessoas na Grande Recife.

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, há 48,7 mil desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 159 mil desalojados. Do total de 497 municípios do Estado, 401 foram afetados pelas fortes chuvas da região. As chuvas que devastaram cidades gaúchas também chegaram a Santa Catarina e ao Paraná, causando outras mortes.

As chuvas e enchentes também golpearam a agropecuária do Estado. Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que esse é o setor da economia mais afetado pela tragédia, com danos financeiros de ao menos R$ 506,8 milhões.

Nos cálculos da entidade, já são R$ 967,2 milhões em prejuízos no Rio Grande do Sul em geral, considerando também outros segmentos e o setor público. O número, no entanto, pode ser bem maior. Os valores são referentes a apenas 25 municípios, que repassaram informações à confederação.

Os efeito no PIB brasileiro, porém, “tendem a ser modestos”, apesar de as “chocantes enchentes” no Rio Grande do Sul trazerem “um grande custo humanitário”,, na avaliação do J.P. Morgan.

“Mais impactante poderá ser o impacto político e de médio prazo nas contas fiscais, dependendo de como o governo e o Congresso decidirem lidar com as necessidades da região”, dizem o economista Vinicius Moreira e a economista-chefe de Brasil Cassiana Fernandez.

Atualmente, eles observam, o Rio Grande do Sul responde por cerca de 8,6% do IPCA e 6,5% do PIB do Brasil em 2021 (último dado oficial disponível).

Na capital gaúcha, moradores de dois bairros na região central deixaram suas casas e foram orientados a buscar abrigo diante da iminência de novas enchentes após o desligamento do sistema de bombeamento de água na tarde de segunda (6).

Segundo a prefeitura, a empresa de energia local interrompeu o fornecimento em uma das casas de bomba por questões de segurança. O mesmo sistema se rompeu na última sexta-feira (3), e toda água que havia sido dragada voltou a encher o centro da cidade.

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