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Motociclistas são as principais vítimas de acidentes de trânsito em Porto Alegre

Das cinco mortes registradas em maio pela EPTC, quatro envolveram um pilotos sobre duas rodas. (Foto: EBC)

Estatística divulgada nessa terça-feira (18) pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) relata que três das cinco mortes em acidentes no trânsito de Porto Alegre durante o mês de maio tiveram motociclistas como vítimas. A lista inclui duas colisões com automóveis e um choque contra poste de energia. Trata-se de uma realidade que tem preocupado especialistas e autoridades há vários anos.

Além disso, o mesmo tipo de veículo motorizado sobre duas rodas também foi responsável pelo óbito de um pedestre no mês passado, por atropelamento. Somados todos os acidentes fatais no trânsito da cidade desde janeiro, 13 das 24 vítimas pilotavam ou foram atingidas por uma moto. O diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto, ressalta:

“Embora tenha sido marcado por restrições na mobilidade [por causa das enchentes], maio confirmou nossa preocupação com o fato de os motociclistas serem quem mais morre em acidentes nas ruas. Estamos retomando ações com foco nesse segmento e reforçando a importância de todos os cidadãos para a segurança no trânsito”.

Outros dados

O levantamento oficial contabilizou 511 acidentes no mês passado. A EPTC ressalva, porém, que os transtornos causados pelas enchentes e a prioridade ao atendimento de ocorrências de salvamento e de orientação de trânsito podem ter afetado o registro de alguns episódios sem vítimas mas com danos materiais.

A maioria dos casos envolveu abalroamento (batida lateral), com 39% das notificações. Já a colisão aparece em segundo lugar, com 34%. No que se refere à localização das ocorrências, o predomínio coube à Zona Leste (36%), seguida pela Zona Sul (34%).

Realidade nacional

Dados do Ministério da Saúde mostram mais de 2,2 milhões de atendimentos e cerca de 260 mil internações hospitalares na rede pública brasileira em 2024 devido a acidentes de trânsito. A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), por sua vez, detalha que 76% desses casos envolveram pedestres, ciclistas e motociclistas.

“Os dados destacam a urgência de medidas preventivas focadas na educação e infraestrutura de trânsito que protejam especialmente esses usuários mais expostos”, pondera o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior. Confira as estatísticas relativas a cada um dos três grupos mais vulneráveis:

– Pedestres: apesar de uma queda inicial até 2020, as internações voltaram a crescer, com pico de 39.125 em 2023.

– Ciclistas: crescimento constante ao longo da última década, de 9.238 em 2014 para 15.573 em 2023.
– Motociclistas: aumento contínuo ao longo da série e o grupo mais afetado. Apenas em 2023, foram mais de 141,7 mil internações.

(Marcello Campos)

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