Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de maio de 2024
O motorista que conseguiu retirar 12 crianças de um ônibus escolar durante um temporal na cidade em Capinzal, no Oeste de Santa Catarina, contou como tudo aconteceu. Segundo ele, foi preciso usar a saída de emergência do veículo. Os alunos tinham entre 12 e 15 anos. Ninguém ficou ferido.
O caso ocorreu na última quinta-feira (2). “Aquele trajeto eu já sou acostumado, eu faço há quatro anos praticamente. Na ida, eu vou e volto pelo mesmo caminho”, contou Leomar Ribas, o motorista.
De acordo com ele, não houve problemas na ida. Porém, ele encontrou problemas ao retornar.
“Fui surpreendido por uma ponte que escapou, represou a água e jogou para a rua. Foi de encontro ao ônibus rapidamente, questão de segundos, que não deu tempo do ônibus… A única coisa foi parar. Já não dava para voltar mais também”, relatou.
Ribas decidiu, então, estacionar o ônibus e pensar em uma forma de sair do veículo. “Como a água não baixava, a tendência era aumentar, optei pela saída de emergência, quebrando os vidros, janelas para sair. Mas não deu também porque estavam muito baixas, a água já estava perto”.
“O restou foi a saída de emergência do teto, onde eu verifiquei um lugar seguro para pular no seco. Pulei. Os alunos foram saindo, fui pegando um por um, saindo em segurança, graças a Deus, e deu tudo certo”, declarou.
Depois de sair do ônibus, o grupo procurou o vizinho mais próximo para relatar o que ocorreu e pedir ajuda.
Ribas disse que fez vários cursos sobre situações de emergência e primeiros-socorros, que o ajudaram na decisão sobre o que fazer na hora.
“Ali, era pensar rápido e agir porque na verdade foram poucos minutos ali, depois a água tomou conta. Se demorasse, não conseguia sair mais”, resumiu.
Calamidade
Conforme a Secretária de Educação do município, Veranice Lovatel, a foto que mostra o ônibus parcialmente submerso foi feita cerca de duas horas depois da retirada dos estudantes, quando a água já havia subido. As crianças foram retiradas em segurança, segundo ela.
“Quando ele parou nesse ponto, a água ainda estava chegando no ônibus. Então ele parou para poder tirar os alunos, deixou o ônibus ali e seguiu por um outro acesso até o vizinho mais próximo, que acolheu todos eles até nós podermos levar todos para casa, com segurança”, informou Lovatel.
Só na cidade, são pelo menos 19 desalojados, sendo 13 adultos, cinco crianças e um bebê. Todos foram levados para um hotel e estão sob cuidados da Assistência Social, informou a Defesa Civil do município.
Um dos estragos foi registrado por câmeras, que flagraram a estrutura de uma casa, e onde também funcionava um comércio, sendo “engolida” por uma cratera que se abriu na quinta. Há risco de novos desabamentos.