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Redação O Sul
| 24 de junho de 2024
Organização especializada em criar hubs de emergência por desastres climáticos, o Movimento União BR lançou, nessa segunda feira (24), uma iniciativa pioneira: a construção de 500 casas no tempo recorde de três meses para os desabrigados pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, no início de maio. A ação será uma “aliança de forças” entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil, como afirma a instituição.
No momento, estão desabrigadas mais de 10 mil pessoas espalhadas por 55 municípios do Estado, de acordo levantamento recente da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. As casas serão construídas por uma técnica inovadora, chamada “steel frame”, em que não se utiliza tijolos e concreto, são substituídos por estrutura de aço galvanizado revestida com placas prontas para receber pintura e revestimento. É uma técnica 100% ESG, que não promove resíduos e não deixa o ambiente com umidade e mofo, segundo os responsáveis pela construção. Ao custo de R$ 100 mil cada uma, as unidades habitacionais serão construídas por cerca de 10 mil mulheres que estão morando nos abrigos públicos. Faz parte do projeto a capacitação e a contratação delas.
“É um jogo de xadrez: a Steel- corp Academy entra com a formação, a Ulbra com o espaço das aulas, e a ONG com a seleção e acompanhamento das mulheres. Nosso objetivo é ter geração de renda e mais dignidade e para elas”, diz Tatiana Monteiro de Barros, fundadora e presidente do União BR.
As obras estarão sob a responsabilidade Steelcorp, que é uma das maiores players desse mercado. Além disso, a empresa, junto com a ONG Instituto Mulher em Construção, está encarregada pela formação das colaboradoras.
“Trabalhamos com construção industrializada e, por meio do nosso método de entrega, conse- guimos ajudar com muita rapidez a reconstruir o Rio Grande do Sul”, diz Roberto Justus, CEO da Steelcorp.
Parceria com a Ulbra
Boa parte (40%) do acabamento e finalização das novas residências será feita dentro de fábrica temporária que será construída em julho no campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Após prontas, as partes pré-fabricadas serão montadas nos terrenos destinados à montagem. O União BR pode utilizar o terreno da instituição de ensino por até dois anos. As casas, com dois dormitórios, terão em torno de 44 m². A meta, segundo Tatiana, é entregar o imóvel mobiliado.
Coube ao governo do Estado a escolha e a doação dos terrenos onde serão levantadas as futuras edificações. Além disso, o poder público indicará as famílias beneficiadas, que serão definidas pelos municípios, a partir de cadastros de necessidades coordenados pela assistência social local.
“As parcerias com a iniciativa privada são fundamentais em todas as frentes. Não seria diferente em uma das mais delicadas, a questão da moradia, que exige resposta rápida por se tratar de um tema ligado à dignidade das pessoas”, afirmou o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), via assessoria de imprensa. Até o momento, 13 empresas abraçaram a causa. Um dos motivos de colaborar com o União BR, segundo Itaú Unibanco necessidade da colaboração dos recursos de todos para a reconstrução daquilo que foi destruído pelas fortes chuvas.
“Ter um lugar para morar é algo fundamental na vida de qualquer família, e esta questão certamente é mais do que urgente neste momento, razão pela qual nos juntamos a esta importante iniciativa do Movimento União BR”, afirma Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco. Para esta iniciativa, o Itaú Unibanco destinou RS 5 milhões.
Além da contribuição das empresas, o União BR, segundo Tatiana, abrirá, junto com o lançamento do projeto, um financiamento coletivo em plataforma digital, para que pessoas físicas também ajudem a iniciativa. As informações são do Valor Econômico.