Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2016
Uma das instituições que mais destaca os valores do Rio Grande do Sul comemora este ano meio século de atividades. O MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho) carrega na sua bagagem todo o evolvimento da sociedade gaúcha alicerçado a um trabalho coletivo inspirador. Surgiu com o objetivo de organizar todas as ações promovidas por piquetes e CTGs (Centros de Tradição Gaúcha) do RS e segue levando uma programação extensa para mais de 90% dos municípios gaúchos.
O pontapé inicial de toda essa história foram os congressos tradicionalistas realizados por todo o Estado. O primeiro, em 1954, reuniu centenas de fundadores de piquetes e CTGs. Número progressivo ao longo dos anos, gerando o projeto de organização para a fundação de uma associação que pudesse dirigir essas entidades. Foi durante o 12 Congresso Tradicionalista de Tramandaí, em 1966, que nasceu o MTG.
“Todas as decisões e objetivos dessas entidades passaram a ser organizados a partir do Movimento. É muito importante que os municípios sigam regras para valorizar ainda mais os princípios da tradição gaúcha. Cumprir com a divulgação da cultura e da história diariamente”, explica o presidente do MTG, Nairioli Antunes Callegaro. Hoje a instituição soma mais de 1.700 entidades filiadas, cumprindo obrigações regularizadas junto à direção.
Estruturado e concretizado, o Movimento mantém vivo ações e eventos que somam a reunião de milhares de pessoas em busca do mesmo caminho: “seguir o rumo do seu próprio coração, como diz uma canção tradicionalista gaúcha”, destaca Nairioli. Por isso, anualmente são promovidos pelo menos 15 eventos em prol dos costumes trazidos de diversas gerações.
Neste ano de comemorações não vai ser diferente. No mês de aniversário, em outubro, um acampamento será realizado na Capital.Uma cavalgada também convergirá para Porto Alegre, trazendo peões de todas as 30 regiões divididas pelo MTG no Estado. Uma exposição da memória dos 50 anos do Movimento com palestras e oficinas entre também compõe este calendário festivo.
Uma curiosidade abordada pelo presidente é a maior participação dos jovens nas iniciativas do MTG. “Os valores estão sendo herdados por várias gerações. Pais e avós levavam seus filhos e netos para o CTG, e hoje, há presença muito forte de pessoas que se integraram as entidades através do convite desses jovens”, conta Nairioli.
A paixão pelos costumes gaúchos de Nairioli Antunes Callegaro é um legado familiar, de pai e avô. “Graças a eles tenho o prazer e a capacidade de agregar e valorizar as questões regionais”, afirma. Sua presidência no MTG começou em 10 de janeiro deste ano, mas sua experiência na coordenação movimentos tradicionalistas vem de longa data. No Ensino Médio, ele e mais alguns colegas abriram um CTG. “Naquela época eu já tinha na veia aquilo que foi só reforçado com o passar do tempo”, acrescenta.
A partir do olhar para o futuro do MTG, o presidente acredita na força da identidade gaúcha. “Não podemos esquecer jamais de onde viemos. Tudo o que foi feito até agora tem seu valor social e esse caminho percorrido nos leva um futuro promissor. Construímos bases para dar continuidade”, finaliza.