O governador Eduardo Leite recebeu, na noite desta quinta-feira (2), no Palácio Piratini, representantes do movimento Vidas Negras Importam. O encontro, que também contou com a participação do vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, ocorreu de acordo com os protocolos de distanciamento entre os participantes em função da pandemia de Covid-19.
Durante cerca de uma hora e meia, os presentes discutiram e expuseram posicionamentos a respeito de questões relacionadas à população negra.
Entre os representantes de coletivos e de movimentos pelos direitos dos negros, estava a família de Gustavo Amaral, engenheiro que foi vítima de um caso que envolveu a Brigada Militar em abril, no município de Marau.
Eles foram pedir ações para que o caso não se repita.
Leite agradeceu a visita. “Nem de perto posso querer dizer que sei o que passam, mas estou aberto, como cidadão e como governador, a ouvir para entender”, afirmou. O governador destacou que diálogos como esse são importantes para ouvir relatos, conhecer demandas e se manter conectado ao sentimento das pessoas.
O governador também encaminhou a formação de um grupo de trabalho que será liderado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos para debater os temas abordados pelos representantes dos movimentos e propor ações. Além de representantes da pasta e dos movimentos, o vice-governador confirmou que a Secretaria da Segurança Pública também participará das reuniões.
Familiares e entidades pedem justiça
Nas redes sociais, familiares de Gustavo Amaral, como o irmão Guilherme, pedem justiça, e chamam a sociedade a engajar-se para que novos casos como o que resultou na morte do engenheiro não aconteçam.
No Facebook, Guilherme divulgou um pedido e convite para o engajamento sobre o tema:
“No dia 19 de abril, Gustavo foi executado pela Brigada Militar enquanto estava indo ao trabalho. A operação policial resultou na morte de Gustavo embora seus colegas de trabalho tenham alertado aos policiais.
Desde então, lutamos por justiça e pela punição dos policiais que mataram Gustavo. A investigação da Polícia Civil concluiu que o policial confundiu o celular de Gustavo com uma arma de fogo e que agiu em legítima defesa. Por outro lado, a investigação conduzida pela Brigada Militar indicou o indiciamento do policial que matou Gustavo.
Estamos mobilizando a sociedade para acompanhar o desfecho deste caso. Não aceitamos que seja mais um caso esquecido pelas investigações. Inscreva-se nesta campanha, seja informado sobre o caso e iniciativas de engajamento.”