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MRE desrespeita lei e esconde gastos de Maduro

Obra precipitada. (Foto: Enio/Divulgação)

O Ministério das Relações Exteriores ignorou princípios básicos da Lei de Acesso à Informação (LAI) para esconder o custo da visita do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao Brasil em maio. A coluna teve de acionar a LAI para obter a especificação dos gastos com o ditador repudiado em todo o mundo democrático. Foi recebido com salamaleques por Lula, que não dedicou idêntico tratamento a presidentes para cúpula da América do Sul. O Itamaraty enrolou vários dias e ignorou o detalhamento requerido.

Acima da Lei

Diz a ignorada LAI que cabem aos órgãos “gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação”.

Aos números

O “custo global” foi de apenas R$84.169,89 com hospedagem, segundo a resposta malandra do MRE sobre a cúpula organizada por Lula.

Uma centena

Os carrões usados para transportar comitivas, durante o evento, custaram ainda mais do que a hospedagem: R$105.157,95.

Lula custa caro

A atitude do MRE serve para lembrar gastos de Lula e Janja no exterior. Só a suíte em Paris, por exemplo, custou R$728 mil por dois dias.

Senado deve alterar reforma aprovada na Câmara

A Reforma Tributária aprovada na Câmara deve sofrer no Senado alterações importantes. O projeto provoca insatisfações suprapartidárias. Os governadores do Nordeste, por exemplo, pró-Lula, querem derrubar a composição do tal “Conselho Federativo”: o texto modificado na última hora, conferindo peso maior aos votos de São Paulo e Minas, é vitória do governador Tarcísio de Freitas, com ajuda de Romeu Zema. Estão em pé-de-guerra bancadas como do Amazonas, de Estados muito afetados.

Federação presente

Presidente da Câmara, Arthur Lira lembrou que o Senado é a “casa da Federação”. Ali, cada Estado tem três votos. Incluindo o de SP e MG.

Peso da arrecadação

O texto modificado de última hora dá quase 60% dos votos aos Estados de São Paulo e Minas no “conselho federativo”, por arrecadarem mais.

Otimismo no governo

Apesar das resistências, o governo aposta em aprovação no Senado “sem dificuldades”, como Rodrigo Pacheco garantiu a Fernando Haddad.

Hora da desoneração

O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) aposta que o Senado cuidará da desoneração da folha salarial do setor de Serviços. O Brasil é um dos poucos países que punem com mais impostos os que geram empregos.

Liradependência

O presidente Lula e o PT se dividem em relação ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cuja liderança impõe derrotas e garante vitórias em votações de interesse do governo. Os petistas adoram dizer que o odeiam, mas no íntimo estão se derretendo de amores.

Diferenciais preservados

A reforma aprovada na Câmara pegou leve com a Zona Franca de Manaus e Áreas de Live Comércio. Prevê que o IBS e a CBS estabelecerão os mecanismos para manter o diferencial competitivo.

Toque de caixa

A pressa para votar a reforma tributária rendeu críticas na Câmara. Gustavo Gayer (PL-GO) disse que os colegas “sequer leram”. “Receberam para votar ou obedeceram ao partido”, disparou.

Afano sindical

Há 63 anos, em 8 de julho de 1940, era criado o imposto sindical, que tungou os trabalhadores brasileiros até 2017, quando foi extinto na reforma trabalhista promovida pelo ex-presidente Michel Temer.

Voto de palhaço

Na reforma tributária, o PL entregou 20 votos pela aprovação na primeira votação e outros 18 na segunda. Nos dois turnos, o voto do deputado palhaço Tiririca (SP) foi pelo “sim”.

Estado aumenta

Passada a votação da reforma tributária, a deputada Bia Kicis (PL-DF) criticou a subserviência dos colegas ao Executivo: “Cada vez que a gente aperta o lnfoleg (sistema da Câmara), o Estado fica maior”.

No bolso

O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) prevê que deve sobrar para o pagador de impostos a reforma tributária aprovada. A perda de arrecadação deve ser compensada com aumento no IPTU, avalia.

Pensando bem…

…após a reforma tributária, é o governo que agora irá compensar votação com uma boa reforma.

PODER SEM PUDOR

Obra precipitada

Quando foi eleito prefeito de Piraí (RJ) pela primeira vez, nos anos 1990, Luiz Fernando Pezão, depois governador do Rio, derrubou bambuzal numa favela para abrir uma escadaria. No dia seguinte, acordou às 6h com uma multidão à sua porta. “É hoje que vou morrer… o que eu fiz?”, comentou com a mulher. Um rapaz, porta-voz do grupo, disse desesperado: “Pezão, você destruiu o nosso banheiro!” Foi então que o prefeito descobriu que, antes da escadaria, precisava levar água e esgoto e sobretudo privada para as casas. (Com a colaboração de Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)

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