Terça-feira, 04 de fevereiro de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Mudanças nas regras de financiamento pela Caixa Econômica e alta da Selic, que pode passar de 14% até março, desaceleram a construção civil

Compartilhe esta notícia:

Para 2025, há ainda uma projeção de queda de 10% na oferta de crédito imobiliário. (Foto: Tânia Tego/Agência Brasil)

Três meses após a Caixa anunciar mudanças nas regras para o financiamento imobiliário no Brasil, a construção civil teme uma desaceleração da demanda por imóveis. A preocupação se soma à alta da Selic, a taxa básica de juros da economia, que chegou a 13,25% na semana passada e pode superar os 14% até março, conforme previsões do Banco Central (BC).

Para 2025, há ainda uma projeção de queda de 10% na oferta de crédito imobiliário, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Diante desse cenário, o Índice de Confiança da Construção, medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 1,9 ponto em janeiro, atingindo 94,9 pontos, o menor nível desde junho do ano passado.

A queda nas expectativas ocorre após um crescimento no setor de 4,1% em 2024, calculado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A entidade também reduziu as projeções para este ano, estimando agora um crescimento de 2,3%. O diretor da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), André Clementino, afirmou que as alterações feitas pela Caixa em novembro afetam principalmente o segmento de médio padrão.

Principal financiador da casa própria no país, o banco público passou a exigir um valor de entrada correspondente a 30% do valor total do imóvel, em vez dos 20% praticados anteriormente. As novas condições se aplicam a financiamentos realizados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e pelo sistema de amortização constante (SAC). Já no sistema Price, que possui parcelas fixas, o valor da entrada pode chegar a 50% do valor total do imóvel.

As mudanças estão relacionadas à redução crescente do saldo da poupança – principal fonte de recursos para a política habitacional da Caixa. Em 2024, os saques superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões. No período, os brasileiros aplicaram R$ 4,17 trilhões e sacaram R$ 4,21 trilhões. Resultados negativos também foram registrados em 2023, 2022 e 2021. Por outro lado, as operações de investimento em títulos do Tesouro Direto cresceram quase 30% em relação a 2023, enquanto o valor total investido aumentou 45,6%, totalizando R$ 67,9 bilhões.

“O cliente acaba perdendo poder de compra, pois precisa ter uma disponibilidade financeira maior ou uma renda mais alta para conseguir juntar, no mesmo prazo, a entrada exigida, seja ela de 30% ou de 50%, dependendo da tabela ofertada pelo banco”, destacou Clementino.

Um dos impactos já perceptíveis, segundo o diretor do Sinduscon-MG, é a revisão dos lançamentos imobiliários em um momento de alta oferta. “Muitos clientes estavam prontos para adquirir um imóvel, mas acabam sendo excluídos do processo. Isso pode gerar uma redução na demanda. Ou, então, eles precisam buscar imóveis mais baratos, descendo uma faixa na pirâmide de preços”, explicou.

Crédito menor

Para 2025, a previsão da Abecip é de uma queda de 10% na oferta de crédito imobiliário. O recuo pode chegar a 17% nos empréstimos realizados com recursos da poupança. Em coletiva de imprensa, o presidente da entidade, Sandro Gamba, justificou os percentuais com base na alta da Selic e no aumento das taxas de financiamento imobiliário.

Os juros variam entre 10,99% ao ano, somados a uma taxa referencial, e 11,69%. “O ano de 2024 foi muito relevante, com um patamar de crédito robusto que não deve se repetir”, afirmou Gamba.

Adriana Magalhães, diretora da CéuLar Imóveis e da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário, reforçou o cenário negativo. Segundo ela, havia a expectativa de que os bancos privados absorvessem parte da demanda impactada pelas mudanças da Caixa, o que não ocorreu.

“Caberia à iniciativa privada tomar decisões estratégicas para atender esse público que, por questões financeiras, não conseguiu financiamento com a Caixa. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário, observamos que os bancos recuaram na concessão de crédito”, destacou Magalhães.

O correspondente imobiliário Franklin Barbosa também percebe o desaquecimento do mercado no dia a dia. O número de avaliações diárias caiu de quatro para uma ou nenhuma, dependendo do dia. “Todo início de ano enfrentamos esse tipo de problema, mas, desta vez, está mais prolongado”, afirmou. As informações são do portal O Tempo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Saiba por que faltam vagas de residência e cresce o número de pós-graduações em medicina no Brasil
Violência, imigração, inflação, desemprego e pobreza estão entre os principais problemas enfrentados por líderes de esquerda na América Latina
https://www.osul.com.br/mudancas-de-regras-de-financiamento-feitas-pela-caixa-economica-e-alta-da-selic-que-pode-passar-de-14-ate-marco-desaceleram-a-construcao-civil/ Mudanças nas regras de financiamento pela Caixa Econômica e alta da Selic, que pode passar de 14% até março, desaceleram a construção civil 2025-02-03
Deixe seu comentário
Pode te interessar