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Economia Mudanças em curso na economia mundial mostram que qualquer país, empresa ou até mesmo pessoa física pode ser desconectado do sistema financeiro global

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"Usar o dólar passa a ser privilégio dos aliados", diz professor.(Foto: Reprodução)

As mudanças em curso na economia mundial podem estar mais nas regras da divisão internacional do trabalho, vigentes desde meados dos anos 1990, do que no sistema monetário global, na avaliação do professor Ernani Teixeira Torres Filho, do Instituto de Economia da UFRJ. Para ele, assim como no início dos anos 1970, quando o governo americano abandonou de forma unilateral o padrão-ouro e impôs ao mundo um novo sistema monetário global baseado no dólar, os Estados Unidos estariam, agora, novamente, mudando as “regras do jogo” unilateralmente.

A exclusão da Rússia dos sistemas de pagamento e dos mercados financeiros globais, diante do nível inédito das sanções aplicadas, são uma “bomba-dólar”, diz Torres Filho. A “arma” começou a ser ensaiada contra o Afeganistão, em 2001, após os atentados terroristas contra as Torres Gêmeas, foi replicada no Iraque, em 2003, e aprimorada mais recentemente, contra o Irã. Agora, com a Rússia como alvo, o experimento muda de patamar – e mostra aos pares que qualquer país, empresa ou até mesmo pessoa física podem ser desconectados do sistema financeiro global.

“Estamos diante de um movimento tectônico. Tirar os russos do sistema não é um passeio. Estamos tirando 40% do gás comprado pela Europa, um país que tem bomba atômica”, diz Torres Filho.

Para o professor, nas novas regras do jogo que os EUA estariam impondo, o mercado de capitais americano e as cadeias de produção das multinacionais ocidentais não estarão mais abertos a todos os países, diferentemente do que houve nas décadas da globalização desde os anos 1990. Nesse período, todos participaram, impulsionando o crescimento econômico, especialmente na Ásia. A partir de agora, usar o dólar e o mercado americano será um “privilégio” dos aliados.

Commodities, juros e crise global 

Para analistas de mercado, o ritmo de recuperação da indústria vem sendo ditado pela alta das commodities (matérias-primas em dólar), pelos juros altos e pela desaceleração da economia global. A produção industrial “anda de lado”, definiu Cláudia Moreno, economista do C6 Bank.

“A pequena expansão industrial registrada nos últimos meses e os dados fortes de serviço corroboram nosso cenário de PIB de 1,5% ao final do ano, mas não descartamos um crescimento um pouco mais forte”, disse Moreno, em nota.

Nos próximos resultados, o desempenho da produção industrial deve ser limitado, com expectativa de retração, disse Samanta Imbimbo, analista da Tendências Consultoria Integrada.

“O cenário para o restante do ano contempla, especialmente, o quadro de desaceleração da demanda interna por bens industriais, considerando tanto o aumento da demanda por serviços, dada a normalização do quadro sanitário, quanto o cenário de menor dinamismo do mercado de trabalho, manutenção de pressões inflacionárias e alta de juros, aspectos que restringem o consumo das famílias e desestimulam investimentos. Por fim, o segmento industrial ainda enfrenta pressões de custo de produção e escassez de alguns insumos, sob efeito do desbalanço das cadeias globais de suprimentos e logística, fatores que também limitam a produção do setor”, afirmou Imbimbo, em nota.

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