Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Foi difícil acompanhar pela TV por mais de 15 minutos contínuos o debate sobre a eleição à presidência do Senado ontem. Verdadeiro desafio à paciência. Só mesmo por dever profissional…
A redundância e a infantilidade de muitos parlamentares justificam que seja chamada de Casa do Rocambole. É o famoso bolo de pão de ló, recheado e enrolado sobre si mesmo.
Cenas de opereta ridícula
1) Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, abancou-se na presidência da sessão plenária do Senado. O cargo caberia a José Maranhão, o parlamentar mais idoso para que conduzisse a eleição da nova mesa diretora. Davi desconheceu o regimento interno e provocou protestos, porque era um dos candidatos.
2) Faltou fazer rodar pelo alto falante a marchinha Daqui Não Saio, Daqui Ninguém Me Tira, sucesso do Carnaval de 1949, gravada pelos Vocalistas Tropicais.
3) Kátia Abreu entrou em surto, subiu à mesa diretora e retirou uma pasta com todas as questões de ordem apresentadas até então.
Ato 2
1) Jorge Kajuru, que assumiu ontem, foi ao microfone de apartes para definir o Senado como “um grande hospício”. Ex-repórter de futebol, comparou a sessão ao jogo entre Boca Juniors e River Plate.
2) Renan Calheiros se exaltou, gritando e querendo brigar com colegas.
3) Muitos declararam e repetiram ao final dos pronunciamentos: “Este é o meu pensamento.” Diante do conteúdo, torna-se possível especular se alguns têm capacidade de pensar.
4) Em meio à confusão, senadores pediram que fosse chamada a Polícia Legislativa.
5) Às 19h30min, alguns exigiram a suspensão da sessão, porque precisavam festejar com familiares que tinham vindo a Brasília para assistir a solenidade de posse.
6) Extenuados, os senadores terminaram o bate-boca às 22h15min. Retomam hoje pela manhã para mais um round.
Era do contrassenso
Às 21h de ontem, o senador Fernando Bezerra, do MDB de Pernambuco, foi à tribuna para dizer que “os episódios envergonhavam o Senado, casa legislativa que representa o povo brasileiro”.
Engano. Parlamentares falastrões não representam o povo brasileiro.
Sobe e desce
A previsão era de que as obras em vários andares do Centro Administrativo do Estado terminariam ontem. Não deu. Vai se prolongar por mais três semanas. Trocar divisórias para acomodar as novas estruturas anda num ritmo mais lento que os secretários gostariam.
Dupla feminina
A Secretaria da Saúde do Estado tem como titular Arita Bergmann. O cargo de adjunta foi assumido por Aglaé Regina da Silva.
Trocas
O edifício do DAER será a nova sede da Secretaria dos Transportes do Estado. Com a saída do Centro Administrativo, o andar dos Transportes passará para a Secretaria do Meio Ambiente, que deixará área alugada em edifício na esquina da Borges de Medeiros com Sete de Setembro.
A quem protege
Entrou ontem em vigor no Distrito Federal a redução da alíquota do ICMS de 35 por 29 por cento de alguns setores da Economia. Até aí, uma boa impressão. Surpreendentes, porém, são os setores que vão se beneficiar com a medida: bebidas alcoólicas e não alcoólicas, como refrigerantes, tabaco e seus derivados. São altamente concentrados em oligopólios, o que explica o favor. O contágio com os desvarios históricos de Brasília, a Ilha da Fantasia, influenciaram para consagrar a redução que não se justifica.
Não há outro jeito
Como fará Eduardo Leite, o governador de Minas Gerais, Romeu Zuma, também irá à Assembleia Legislativa, na próxima semana, para relatar sobre o rombo de 30 bilhões de reais no orçamento deste ano. Pedirá a aprovação do Plano de Recuperação Fiscal, que suspenderá o pagamento de parcelas da dívida com a União.
Ficha complicada
Um dos candidatos que pretendia assumir a Secretaria da Agricultura foi preterido por motivo que uma fonte do Palácio Piratini descreveu: “Ele é especializado em plantar notícias falsas.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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