Joanna Giannouli, 27 anos, sofre de uma condição que determinou que ela nascesse sem vagina, colo do útero e útero. Ela explica os desafios de viver com uma síndrome que afeta uma em cada 5 mil mulheres no mundo.
“Minha condição é estigmatizada. E o mais doloroso foi quando meu parceiro me abandonou depois de descobrir o que tinha. Estava noiva quando tinha 21 anos, vivendo em Atenas [Grécia]. Quando contei a ele sobre minha condição, ele terminou comigo. Tudo isso agora pertence ao passado e estou bem agora. Felizmente, pelos últimos cinco anos estive em um relacionamento amoroso estável. Ele soube desde o início e escolheu ficar comigo. Sabe que nosso futuro não terá crianças. Ele está OK com isso e eu também.”
Ela conta que quando fez 16 anos, foi enviada a um hospital para um check-up. Os médicos descobriram que ela não tinha canal vaginal e sofria da Síndrome de Rokitansky. Tinha nascido sem uma vagina funcional e os médicos tiveram que construir uma para que ela pudesse ter relações sexuais.
O que é a síndrome de Rokitansky.
A condição se refere a mulheres que nascem com vagina, colo do útero e útero subdesenvolvidos ou ausentes. Mulheres com essa síndrome têm ovários e genitália externa (vulva), desenvolvendo também pelos púbicos e seios. Um dos primeiros sinais da síndrome é que uma menina não menstrua.
O sexo também é dificultado porque a vagina é mais curta que o normal. “Já faz 10 anos da cirurgia. Ainda me sinto mal, mas não tenho mais vergonha. E sei que não posso mudar as coisas, preciso aceitar e viver com isso.”
Ela afirma que adoraria ser mãe algum dia, seja biológica ou adotiva. “Mãe não é quem dá à luz, mas quem cria. É muito libertador poder falar sobre essas coisas. Quero ajudar todas as mulheres que sofram da síndrome, porque fui ao inferno e voltei. Sei dos problemas que a condição pode causar. Muitas mulheres cometem suicídio por causa disso. Se não ajudarmos umas às outras, quem vai?”