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Mulher de Mujica corre por fora em disputa para Prefeitura de Montevidéu

Mujica já foi internado diversas vezes desde que anunciou, em abril, que tinha um tumor no esôfago. (Foto: AFP)

Popular no Uruguai e no exterior, o ex-presidente e senador José “Pepe” Mujica talvez seja o melhor cabo eleitoral da esquerda latino-americana. Mas o carisma não deverá ser suficiente para eleger a própria mulher ao governo de Montevidéu, neste domingo (10). Todas as pesquisas mostram a senadora Lucía Topolansky, 70, atrás do favorito, Daniel Martínez. Ambos são do mesmo partido de esquerda, a Frente Ampla (FA), que ainda tem outra candidata.

A lei uruguaia permite mais de um postulante da mesma agremiação, mas é a primeira vez que não há um nome de consenso desde que a FA passou a controlar o governo da capital, há 25 anos. O mau desempenho não é por falta de engajamento de Mujica. Presença constante em atos de campanha, ele “emprestou” o seu folclórico Fusca para os cartazes, aparece nos santinhos ao lado da mulher (e da cadela do casal, Manuela) e ainda “estrela” uma série de desenhos animados na internet.

“Mujica participa como um militante a mais. Só que é um militante pesado”, disse Topolansky à Folha, após discurso para cerca de 30 ativistas do movimento negro. Caso não haja surpresas no domingo, terá sido a segunda derrota de Topolansky na tentativa de se projetar para uma eventual candidatura presidencial, em 2019. No ano passado, não conseguiu ser indicada a vice na chapa de Tabaré Vázquez, que, em março, substituiu Mujica na Presidência.

Topolansky tem uma trajetória política parecida à de Mujica, nove anos mais velho. Jovens, atuavam na guerrilha de inspiração cubana quando se conheceram, no início dos anos 1970. Preso em seguida, o casal só voltou a se encontrar com a anistia, em 1985, após 13 anos de separação. Eles não têm filhos. Com a redemocratização, ambos passaram a militar na FA. (Folhapress)

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