Os dois dentistas e o proprietário de uma clínica odontológica, investigada pela Polícia Civil, após a morte de uma mulher que extraiu um dente, prestaram depoimento nesta semana em Várzea Grande, no Estado do Mato Grosso. Jucilene de França, 31 anos, extraiu um siso em 4 de julho no Centro Odontológico do Povo. E faleceu em 8 de julho, na Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, com uma infecção grave.
De acordo com a polícia, os profissionais negaram qualquer tipo de erro no procedimento e afirmaram que a culpa da infecção sofrida pela paciente não poderia ser atribuída à clínica. “Eles disseram que deram todo o apoio necessário e afirmaram que a infecção não foi culpa da clínica. Argumentaram que a infecção poderia ser adquirida por várias formas após o procedimento, como [através de] um simples garfo ou faca que não foi bem esterilizado”, disse o delegado responsável pelo caso, Eduardo Rizzotto.
O proprietário da clínica e os dentistas apresentaram ao delegado vários documentos, além de comprovantes de pagamentos de despesas médicas e com o próprio funeral de Jucilene. “Eles acreditam que não são responsáveis pela infecção. Disseram que fizeram várias cirurgias naquele mesmo dia e nenhum caso apresentou problema, apenas o de Jucilene”, informou Rizzotto. A polícia ainda prosseguirá com investigações suplementares e deve convocar funcionários da clínica a prestar depoimento na investigação.
Choque séptico.
O laudo de necropsia da perícia oficial indicou que Jucilene morreu por conta de um choque séptico, agravado por uma infecção. O documento apontou que a paciente sofreu a infecção após o procedimento odontológico ao qual foi submetida na clínica.
Jucilene sentiu dores, febre e inchaço depois de extrair o dente. Ela procurou a clínica logo após a extração quando percebeu que estava com um edema no pescoço. Segundo familiares, os profissionais do local teriam orientado a paciente a continuar tomando remédios. (AG)