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Mulher leva flores de enterro para casa de Lula em São Paulo, xinga policial de “macaco” e é presa por injúria racial

O carro dela tinha cartazes com ataques ao ministro Alexandre de Moraes. (Foto: Reprodução)

Uma mulher que levou uma coroa de flores para a casa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo foi detida na quarta-feira (18) por xingar de macaco um agente da Polícia Federal (PF). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que a pensionista militar do Exército Maria Cristina de Araújo Rocha, de 76 anos, chegou ao local e tentou deixar a coroa de flores em frente à casa do presidente, que estava no imóvel.

A ação foi inibida pelos agentes de segurança da Presidência, que retiraram o material da calçada, e a impediram de sair do local até que prestasse informações. Maria, então, volta para o carro e grita para um agente da PF: “eu não vou fugir seu macaco”.

A mulher foi detida por injúria racial, que é o ato de ofender alguém em razão de sua cor, raça, etnia ou nacionalidade. A pena é de 2 a 5 anos e multa. O carro dela, que tinha cartazes com ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi apreendido para passar por perícia.

Lula estava em São Paulo em razão de uma cirurgia de emergência na cabeça decorrente do tombo no banheiro ocorrido em outubro. O presidente teve alta no domingo (15), mas foi aconselhado a adiar o retorno a Brasília para se recuperar. Ele foi liberado nesta quinta (19) para fazer a viagem.

“Eu estava sozinho. A Janja estava lá na cozinha, fazendo outras coisas dela. E eu, eu caí sozinho. Durante alguns segundos eu tive o problema de mexer com as mãos, com as pernas. Aí eu consegui virar, fui até a porta, peguei o trinco, consegui mexer com as pernas e levantar”, conta o presidente.

Na cirurgia, os médicos retiraram o sangue que se acumulou dentro de uma cápsula de três centímetros, entre o osso e uma das membranas que formam as meninges, chamada dura-máter. Os cirurgiões colocaram um dreno para remover o líquido acumulado na cápsula.

Maria é uma militante muito presente nas manifestações contra o presidente e o PT nos últimos anos em São Paulo. Ela também foi clicada em redes sociais com vários parlamentares bolsonaristas e ex-bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL), Fernando Holiday (PL) e Kim Kataguiri (União Brasil).

Em 2018, esteve na frente da porta da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo com uma garrafa de champanhe para comemorar a prisão de Lula em abril daquele ano. Com um grupo de cerca de 10 colegas de movimento, eles esperavam que Lula ficasse detido em São Paulo, mas ele foi transferido para Curitiba, onde cumpriu pena durante 580 dias.

Nascida em agosto de 1948, Cristina é filha de um ex-militar, o coronel Virgílio da Silva Rocha. Em 2017, Maria Cristina foi hostilizada por comemorar a morte de Marisa Letícia, então mulher de Lula na frente do hospital onde a ex-primeira-dama estava internada após sofrer um AVC.

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