Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2023
Tais Alcântara de Oliveira relatou detalhes do sequestro
Foto: Reprodução de vídeoTais Alcântara de Oliveira, a mulher sequestrada junto com Marcelinho Carioca, afirmou em entrevista que foi obrigada a gravar um vídeo com o ex-jogador de futebol e apontar o ex-marido, Márcio Moreira, como mandante do crime.
Ela é funcionária da Secretaria de Esportes de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde o ex-atleta foi secretário até janeiro deste ano. Os dois foram sequestrados no domingo (17) e encontrados pela Polícia Militar na segunda-feira (18), depois de uma denúncia anônima que apontou a casa usada na cidade pelos criminosos como cativeiro.
“Eu não tenho nenhum relacionamento com o Marcelinho. Nunca tive. A nossa relação é de amizade mesmo. Eu estou separada do Márcio. A gente mora em casas separadas, não estamos convivendo, apesar que ainda não saiu o divórcio. A gente continua ainda casados no papel”, declarou Tais.
Horas antes do sequestro, Marcelinho tinha ido ao show do cantor Thiaguinho em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, e Tais acompanhou a publicação do amigo nas redes sociais, quando mandou mensagens e comentou sobre ingressos para o outro dia do show.
“Queria ver se ele conseguia uns convites para o domingo, e aí falou que só conseguia levar para mim se fosse à noite, porque no outro dia ele tinha outra coisa para fazer. Eu falei que não tinha problema. Ele me ligou quando estava chegando e desci para pegar os ingressos”, lembra Tais.
A amiga entrou no carro de Marcelinho por causa do receio de ele em ficar parado no bairro, segundo ela. “Ele não queria ficar parado [no bairro]. Ele ia passar as coordenadas do show, qual o portão eu poderia entrar, com quem eu iria falar. A gente deu uma volta de carro no quarteirão e, assim que a gente estava chegando, ele avistou três caras vindo em direção ao carro. Eu falei que eu ia sair [do carro] e ele disse para eu esperar, mas eu abri a porta, e os caras já nos abordaram falando para colocar a mão na cabeça”, disse.
“Ele [Marcelinho] desceu e disse que era o ex-jogador. Os caras não acreditaram. Colocaram ele dentro do carro e deram uma coronhada nele. Me colocaram no banco de trás apontando o revólver para a minha cabeça”, explicou.
Cativeiro
Marcelinho e a amiga foram levados a uma casa e deixados olhando para uma parede. O grupo oferecia água, comida e acompanhava quando as vítimas queriam ir ao banheiro.
“O tempo todo eles pediam só para passar senha de Pix, essas coisas. Eles pegaram meu celular, provavelmente devem ter olhado o banco e visto que não tinha saldo, e estavam mais pedindo para o Marcelo. O Marcelo falou que era ex-jogador e eles começaram a investigar nas redes sociais. Entraram na minha rede social, entraram na rede social do Márcio, para saber quem a gente era. A todo momento falavam que iam nos libertar, que era para a gente aguardar um pouco”, contou Tais.
Vídeo
Os criminosos obrigaram os dois a gravarem um vídeo, segundo a vítima. No registro, Marcelinho disse que a conheceu em uma festa e seria uma mulher casada e que o marido dela teria descoberto a suposta traição.
“O helicóptero da polícia começou a sobrevoar, e eles começaram a se desesperar e falando que ‘moio para eles’, que a casa caiu. Receberam um áudio de uma pessoa falando que era para fazer um vídeo fake, porque se a casa deles caiu, que a nossa tinha que cair também. Então, que era para inventar uma história do marido que sequestrou, que saiu com mulher casada. Uma pessoa ficou atrás segurando a coberta e outra ficou apontando a arma”, relatou Tais.