Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2015
Nabila Bakkatha ficou surpresa quando viu fotos suas em centenas de sites e jornais internacionais. Sua imagem era usada para ilustrar as reportagens sobre Hasna Ait Boulahcen, a militante morta em uma operação da polícia francesa em Saint-Denis – nos arredores de Paris –, em que o mentor dos atentados de 13 de novembro, Abdelhamid Abaaoud, foi morto.
Confusão.
Até aquele momento, o rosto de Nabila era associado ao de uma suposta mulher-bomba, já que naquele momento acreditavam que Hasna havia detonado explosivos no apartamento em Saint Denis. Em entrevista à rede CNN, que a encontrou na cidade de Beni Mellal, no Marrocos, Nabila informou que um ex-amigo vendeu suas fotos para um jornalista, aproveitando-se da semelhança dela com Hasna.
Duas fotografias de Nabila foram usadas pela imprensa mundial identificando-a como Hasna. Em uma delas, ela aparece com sua família; na outra, em uma banheira. “Nunca postei publicamente nenhuma foto minha em uma banheira”, garantiu Nabila. Em 1998, quando tinha 15 anos, ela morou em uma pequena cidade no norte da França. Ela voltou a viver no Marrocos em 2007. Hoje, ela é divorciada e tem duas filhas.
Prejuízos pessoais.
As duas fotos publicadas pela imprensa são desse período em que ela viveu na França e foram, segundo ela, tiradas por uma amiga francesa de origem marroquina com quem ela não tem boa relação atualmente. Segundo Nabila, as imagensforam vendidas aos jornais por esta colega por vingança. “Minha família está chocada, e alguns dos meus parentes não falam mais comigo”, afirmou.
Ação judicial.
Nabila disse que irá processar a ex-amiga por ter vendido as fotografias e o jornalista que as publicou. “Minha vida mudou drasticamente. Parei de ir para o trabalho, e não posso mais sair na rua. Sinto medo”, confessou ela. “Estou certa de que terei muitos problemas se tentar viajar para a França”.
