Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2015
O bebê Zain Rajani nasceu em Toronto, no Canadá, a partir de uma nova técnica de fertilização in vitro, que poderá ser uma alternativa para mulheres incapazes de engravidar devido a disfunções nos óvulos – como era o caso de sua mãe, Natasha Rajani, 34 anos.
O método do “Augment” (aumento) coleta células-tronco do ovário da mulher e remove suas mitocôndrias, organelas responsáveis pela produção de energia da célula e essenciais no processo de fecundação. Problemas nessas organelas são comuns em mulheres à medida que elas envelhecem ou naquelas com doenças genéticas. As mitocôndrias das células-tronco são, portanto, inseridas nos óvulos com baixa capacidade reprodutiva. E, depois, a fertilização segue o curso tradicional.
A nova técnica não é aprovada em vários países, entre eles os Estados Unidos e o Brasil, por ser considerada uma terapia genética. Ela é derivada de um procedimento polêmico, da década de 1980, realizado pelo francês Jan Tesarik, que transferiu o citoplasma, com mitocôndrias, de uma mulher fértil para os óvulos de uma que não podia engravidar. Dessa forma, o novo óvulo tinha o material genético de duas mulheres.
Terapia gênica.
“A técnica francesa foi eticamente rejeitada”, conta o ginecologista Jonathas Soares. “Essa nova técnica usa o DNA apenas de uma mulher, mas ainda é considerada um terapia gênica e, por isso, o debate ético permanece. Além disso, ela não pode ser oferecida comercialmente como uma terapia segura, porque ainda não sabemos as consequências disso para as crianças a longo prazo.” (AG)