Domingo, 10 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
Muitas mulheres têm medo de serem abordadas por estranhos e não saberem o que fazer. Ou já chegaram em casa tarde e sem companhia. Cansadas de passar por situações assim, a designer gráfico Juliana Vicentis e a estudante Beatriz Wege, ambas com 23 anos, decidiram procurar a amiga Maira Bandeira, 19, lutadora de taekwondo, para aprender a se defender. Elas criaram um grupo – o “Defesa pessoal pras minas” – e começaram a fazer aulas gratuitas.
As primeiras contavam com menos de dez alunas. Hoje, os eventos, criados em redes sociais, chegam a receber 700 confirmações de presença.
“Luto taekwondo há 13 anos, também pratico boxe, muay thai e jiu-jítsu. As meninas me pediram para ensiná-las e pensamos que isso poderia ser algo maior”, conta Maira, a professora.
Assim, a imagem de mulheres que precisam ser fortes, como as fisiculturistas, para conter a violência masculina está, aos poucos, caindo por terra.
“É cansativo e triste ter a sensação de medo toda vez que você sai de casa, é patético ter que escolher uma roupa que cubra todo o corpo na esperança de nenhum homem mexer com você, é ridículo ter que ceder a uma cultura falha achando métodos para se reservar sendo que não somos nós que estamos erradas. As aulas contemplam qualquer situação de ameaça, sabemos que não é só na rua que o assédio existe”, garantem as integrantes do grupo.