Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Ali Klemt | 26 de março de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Uma das coisas que mais me irrita são alguns rótulos que às mulheres foram impostos no decorrer dos séculos: a mulher que fala alto é gritona; se vem pra briga, é agressiva; se chora, é frágil. E, claro, mulher também não tem amigas, são todas invejosas, querem pegar teu marido e te passar a perna. Pra roubar teu posto. Pra te menosprezar socialmente.
Oi?
Ninguém é inocente e sabemos que tais condutas existem, sim. Ciúmes e inveja existem, sim. Sensação de “perda de terreno” existe, sim. Porém, o mau caratismo independe de gênero – o que pode ser diferente entre a maldade masculina e a feminina é, quem sabe, o nível de agressividade dedicado ao mal. Nós, mulheres, somos menos violentas (até pela nossa condição física), porém, muito mais ardilosas. Quem sabe é essa a origem da confusão?
Pois eu jamais fui passada para trás por uma mulher. Não que eu saiba, claro, mas se alguém o fez: parabéns, você apenas não vale nada e eu sequer sei quem você é! (Risadinhas internas de pleno deleite).
Contudo, fui apoiada por muitas e muitas e muitas mulheres. E dessas eu sei o nome, sobrenome e, principalmente, o coração. Essas são as pessoas inesquecíveis. E um dos grandes segredos para estar com gente desse nível moral é vibrar na mesma frequência de energia. Estar com quem vê o mundo com as mesmas lentes, independentemente da missão de vida ou dos objetivos imediatos. Porque pessoas que iluminam os outros não perdem o seu brilho: pelo contrário, deixam a luz ainda mais forte.
Foram mulheres que enxugaram lágrimas e me deram abraços reconfortantes. Foram mulheres que deram palavras de incentivo apoio emocional. Aliás, antes de mais nada, foi uma mulher que me deu a vida.
Hoje, cheguei onde estou com o apoio de muitas pessoas. Homens e mulheres. Mas, sobretudo, pessoas especiais, que não têm medo da concorrência e, principalmente, estão abertos ao próximo. Pessoas, enfim, que vibram em um nível superior e que sublimam essa coisa tão mesquinha que é o olhar nebuloso de quem quer fazer sombra em quem é sol.
Essa é a semente do Aliadas, jogar luz para que, individualmente, cada uma brilhe. E para que, como grupo, esse brilho seja tão intenso que ilumine o horizonte de muita gente no caminho.
Então, não, não me venha com essa de que mulher não se ajuda, de que não são amigas. Talvez o problema não seja esse. Talvez o problema seja as pessoas com quem você se cerca.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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