O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdelaziz, emitiu um decreto revisando o sistema de tutela a que estão sujeitas as mulheres no país, permitindo, entre outras coisas, que elas estudem e trabalhem no setor público sem a necessidade de um guardião masculino.
O decreto também estabelece que as mulheres não necessitarão mais da autorização de um homem – normalmente o pai ou o marido – para contratar serviços do governo ou para trâmites administrativos, a menos que exista uma justificativa legal para a demanda.
Os defensores dos direitos humanos saudaram o decreto, mas esperam ver como ele será aplicado e lamentam que não seja mais amplo. A Arábia Saudita, um país do Golfo Pérsico que aplica estritamente a lei islâmica (sharia), impõe numerosas restrições às mulheres. É o único país do mundo que proíbe as mulheres de dirigirem.
Segundo os jornais locais, citados pela agência Reuters, isso significa que as mulheres poderão ter acesso à educação e serviços de saúde, como tratamentos hospitalares, sem terem de pedir o consentimento de um tutor. Poderão também trabalhar no setor público e privado e representarem-se em tribunal, sem a autorização de um homem.
De acordo com as primeiras análises do decreto, continuará a ser obrigatório que as mulheres tenham autorização do guardião para obter o passaporte ou viajar para fora do país e também continuarão proibidas de dirigir.
Nos últimos anos, as mulheres sauditas mobilizaram-se nas redes sociais e pediram às autoridades para acabarem com o sistema de tutela, assim como com a proibição de conduzir veículos, entre muitas outras restrições.