Segunda-feira, 06 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2019
Mulheres sauditas não serão mais as últimas a saber que ficaram divorciadas do marido. Um novo regulamento do Ministério da Justiça da Arábia Saudita, válido a partir do domingo (6), torna obrigatório que as mulheres sejam notificadas por mensagem de texto quando uma corte emitir um decreto de divórcio, afirmou a advogada Nisreen al-Ghamdi,
Atualmente, alguns homens registram o divórcio nas cortes sem ao menos contar para suas mulheres, disse Al-Ghamdi.
“A nova medida garante que as mulheres obtenham seus direitos quando se divorciem”, disse a advogada, em referência à pensão.
Visão do príncipe herdeiro
Uma cópia do regulamento obtido por Al-Ghamdi disse que o novo serviço acompanha a visão do príncipe herdeiro, Mohammed binSalman (MBS), de reformas sociais econômicas.
As mulheres sauditas obtiveram mais direitos desde que MBS consolidou seu poder há cerca de dois anos, como o direito de dirigir.
Mas as mulheres ainda estão presas a um sistema de guarda masculina que requer que elas obtenham autorização para obter um passaporte, viajar para fora do país, estudar no exterior ou casar-se.
Direitos humanos
Ao mesmo tempo em que se vende ao mundo como um modernizador, no entanto, MBS tem fechado o cerco contra sauditas que lutam por direitos humanos. As denúncias incluem ameaças a ativistas e a seus familiares, prisões arbitrárias, julgamentos injustos e ciberataques.
Organizações internacionais como a Human Rights Watch (HRW), a ONU (Organização das Nações Unidas) e a Anistia Internacional afirmam que a repressão piorou a partir de 15 de maio de 2018.
Repressão
Em casos divulgados no ano passado, uma saudita que lutou pelo direito de dirigir foi colocada à força em um avião nos Emirados Árabes Unidos, onde estudava, e presa assim que chegou a Riad. Um estudante asilado no Canadá que critica o governo nas redes sociais teve seu celular hackeado e seus irmãos foram presos como represália. Um renomado jornalista que também fazia críticas ao seu país desapareceu após entrar no consulado saudita na Turquia para tirar documentos.
Os três casos são exemplos de uma recente escalada na repressão por parte do governo da Arábia Saudita a qualquer voz dissonante, que atualmente não poupa nem aqueles que se exilaram em outro país em busca de segurança.