Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de outubro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A violência contra a mulher, o tipo mais generalizado de abuso dos direitos humanos, afeta a qualidade de vida e a saúde física e mental das mulheres e é o tipo de violência menos reconhecido pela sociedade.
Em todo o planeta, uma em cada três mulheres já foi espancada, coagida ao sexo ou sofreu alguma forma de abuso durante a vida. Esse dado alarmante, baseado em recentes pesquisas da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, da Universidade Johns Hopkins e publicado pela Bibliomed Inc. no site www.boasaude.uol.com.br, dá conta de que, na maioria dos casos, o agressor é um membro da própria família ou conhecido da vítima, como colega, vizinho, namorado, chefe, etc.
Muitas culturas dão ao homem o direito de controlar o comportamento de sua mulher e de puni-la, caso conteste esse direito.
De acordo com o Artigo 1 da Declaração para Eliminação da Violência Contra as Mulheres adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1993, a violência contra a mulher inclui: espancamento conjugal, abuso sexual de meninas, violência relacionada a questões de dotes, estupro, inclusive o estupro conjugal, e outras práticas tradicionais prejudiciais à mulher, tais como a mutilação genital feminina, além da violência não-conjugal, do assédio e da intimidação sexual no trabalho e na escola, do tráfico de mulheres, da prostituição forçada e da violência perpetrada ou tolerada por certos governos, como é o caso do estupro em situações de guerra e o infanticídio feminino.
Entretanto, as formas mais comuns de violência contra a mulher ainda são a agressão de seu parceiro e a coerção ao sexo, seja na infância, na adolescência ou na idade adulta. Estudos revelam que em cerca de 50 pesquisas populacionais do mundo inteiro, de 10% a 50% das mulheres relatam que, em algum momento de suas vidas, foram espancadas ou maltratadas fisicamente de alguma forma por seus parceiros íntimos. E mais, a maioria das mulheres que sofre alguma agressão física em relacionamentos íntimos, quase sempre acaba sofrendo vários atos de agressão ao longo do tempo.
Guerreiras, essas mulheres utilizam-se de verdadeiras estratégias para se manterem vivas e protegerem seus filhos. Algumas fogem, poucas denunciam, muitas resistem. Poucas chamam a polícia e, em geral, continuam em um relacionamento abusivo por medo de represálias e de perda de suporte financeiro e de apoio da família e de amigos, além de preocupação com os filhos, dependência emocional e a eterna esperança de que, um dia, “ele mude”.
Além das lesões físicas, a violência aumenta o risco, a longo prazo, de que a mulher tenha outros problemas de saúde, incluindo dores crônicas, incapacidade física, abuso de drogas e álcool, e depressão. As mulheres com histórico de agressão física ou sexual também correm maior risco de ter uma gravidez indesejada, de contrair uma infecção sexualmente transmitida e de sofrer um resultado adverso em sua gravidez.
Grupos de defesa dos direitos humanos vêm procurando alternativas para chamar a atenção da população e das autoridades para esse grave problema social. Na verdade, o que é preciso, mesmo, é promover o engajamento da mulher na sociedade de forma igualitária. Quando isso acontecer, a violência contra ela deixará de passar despercebida e passará a ser vista como uma aberração inaceitável.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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