Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2019
Uma enorme multidão foi às ruas do centro de Argel nesta sexta-feira (1º), exigindo uma nova “independência” da Argélia, 65 anos após o início da luta armada contra os colonizadores franceses, na data que celebra o surgimento do país.
A falta de contagem oficial e a topografia impossibilitam precisar o número de manifestantes, mas nesta 37ª sexta-feira consecutiva de manifestação, a mobilização é semelhante à observada no auge do Hikak, nome do movimento de protesto sem precedentes que a Argélia está vivenciando desde 22 de fevereiro.
Nos últimos dias, as redes sociais foram dominadas por frases como “Vamos invadir a capital”, ou “Hirak 1º de novembro”, para convocar os argelinos a seguirem até a cidade de Argel.
Em 1º de novembro de 1954, a recém-criada FLN (Frente de Libertação Nacional) iniciou a Revolução Argelina e a luta armada pela independência, com uma série de atentados simultâneos. Este dia, a Festa da Revolução, é feriado na Argélia. Na quinta-feira (31) à noite, os manifestantes começaram a se reunir no centro de Argel, mas foram dispersados pela polícia, que fez várias detenções, de acordo com a imprensa local.
Durante a madrugada, os acessos à capital registravam engarrafamentos consideráveis, atribuídos ao fluxo de manifestantes de diferentes províncias, mas também às muitas barreiras erguidas pela polícia. Desde o início de abril, quando conseguiu a renúncia do presidente Abdelaziz Buteflika, o Hirak exige o desmantelamento do “sistema” que está no poder desde 1962.