Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2024
Uma investigação forense realizada no Peru constatou que as duas “múmias extraterrestres” que haviam aparecido misteriosamente no aeroporto de Lima em outubro são, na verdade, bonecos feitos com ossos de animais. “A conclusão disso em termos simples: é uma fraude. Não são extraterrestres, não são uma nova espécie”, disse em coletiva de imprensa o arqueólogo Flavio Estrada, do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses do Peru.
As duas estatuetas, de cerca de 60 centímetros, apareceram no correio do aeroporto de Lima em uma caixa de papelão, e foram feitas para parecerem corpos mumificados, vestidos com trajes tradicionais andinos.
Na ocasião, alguns meios de comunicação especularam sobre uma possível origem alienígena. “É uma história totalmente inventada”, acrescentou Estrada.
Em setembro do ano passado, dois pequenos corpos mumificados com cabeças alongadas e mãos com três dedos foram apresentados em uma audiência no Congresso mexicano (veja o vídeo abaixo), gerando ampla cobertura mediática.
O jornalista mexicano e entusiasta de OVNIs Jaime Maussan afirmou que esses corpos tinham cerca de 1 mil anos e foram recuperados no Peru em 2017, mas não estavam relacionados a nenhuma espécie conhecida.
Posteriormente, segundo a Reuters, a maioria dos especialistas também classificou a apresentação como fraude. Os corpos seriam possivelmente múmias humanas antigas mutiladas combinadas com partes de animais, mas certamente da Terra.
Na conferência de imprensa de Lima, organizada pelo Ministério da Cultura do Peru, os especialistas não afirmaram se as bonecas encontradas no aeroporto estavam relacionadas com os corpos apresentados no México, mas destacaram que os restos mortais no México também não são extraterrestre.
“Pele viva” na Muralha da China
As porções de taipa da Grande Muralha da China – construídas através da compressão de materiais naturais com solos – têm sido consideradas um ponto fraco na sua estrutura. Mas estas áreas do marco icônico desenvolveram uma linha natural de defesa contra o risco iminente de deterioração, segundo um novo estudo.
Essas superfícies de solo na Grande Muralha são cobertas por uma “pele viva” de pequenas plantas e microrganismos sem raízes, conhecidos como biocrostas, que são uma fonte do poder de permanência do patrimônio, de acordo com o ecologista do solo Matthew Bowker, co-autor do estudo publicado em 8 de dezembro na revista Science Advances.
“(Biocrostas) são comuns em todo o mundo em solos de regiões secas, mas normalmente não as procuramos em estruturas construídas pelo homem”, disse Bowker, professor associado da Northern Arizona University, por e-mail.
Estudos anteriores descobriram que as biocrostas de líquen e musgo são uma ameaça destrutiva para as modernas estruturas de pedra patrimoniais devido aos impactos a longo prazo das comunidades microbianas no valor estético, na produção de ácidos e outros metabolitos e na alteração de microambientes, que podem causar erosão e desgaste das rochas. Essas descobertas levaram à remoção de plantas que cresciam no topo de partes da Grande Muralha.
Mas os efeitos das biocrostas parecem diferentes para marcos terrestres, e as comunidades de cianobactérias e musgo na verdade aumentam a estabilidade da Grande Muralha e melhoram a sua resistência à erosão, de acordo com o novo artigo.