Durante reunião nesta quarta-feira (7), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) orientou representantes de prefeituras gaúchas a reservarem doses da vacina contra a gripe para atingir a meta de vacinar ao menos 90% dos segmentos prioritários da campanha, com encerramento previsto para esta semana. Até agora, o índice de cobertura está abaixo de 45%, menos da metade do ideal.
Os grupos de maior risco para a doença são as crianças de 6 meses a 6 anos), idosos, gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz há no máximo 45 dias). Iniciada em 12 de abril, a ofensiva de imunização dedicou uma etapa específica para cada público-alvo.
A sugestão é de que os municípios tenham reserva técnica para garantir a meta para tais segmentos, que somam 3 milhões de indivíduos no Rio Grande do Sul – apenas 1,8 milhão já foi vacinada. “Para que esses grupos chegassem nos 90% de cobertura, faltariam cerca de 900 mil pessoas no Estado”, explica o governo gaúcho.
Outra proposta é de que as secretarias municipais mantenham estoque para aplicação em crianças que estejam tomando a vacina da gripe pela primeira vez, pois nesse caso são feitas duas injeções em um intervalo de 30 dias. Além disso, a SES autorizou a destinação das ampolas excedentes para a população em geral.
A secretária adjunta da SES, Ana Costa, frisou que o foco deve ser mantido nos grupos prioritários, mesmo que a vacinação seja ampliada para o público em geral: “São as crianças, idosos, gestantes e puérperas que correm mais risco de desenvolver casos graves”.
Na reunião da CIB, foi repassado aos gestores municipais que o Ministério da Saúde já informou que não haverá a disponibilização de doses além das previstas para os grupos prioritários. Ou seja, a sequência da vacinação deverá será feita e planejada com aquelas doses remanescentes que não foram utilizadas pelos grupos de risco.
Situação da campanha
– Crianças: 515.677 (61%);
– Gestantes: 58.660 (58%);
– Puérperas: 10.228 (62%);
– Idosos: 1.252.213 (58%).
Ações estratégicas
Também foram apresentadas aos gestores municipais algumas ações com foco nos grupos de maior vulnerabilidade. Entre as estratégias para vacinar crianças, idosos, gestantes e puérperas estão as seguintes:
– Parceria com escolas;
– Busca ativa em consultas de pré-natal e puericultura (período pós-parto);
– Vacinação em asilos (instituições de longa permanência de idosos) e visita para pessoas acamadas ou domiciliadas;
– Vacinação fora de Unidades Básicas de Saúde (locais estratégicos e drive-thru).
Alguns municípios que já iniciaram essa abertura ao público em geral detalhar na reunião as suas experiências. De Caxias do Sul (Serra), a secretária Daniele Meneguzzi comentou que a medida tem reforçado a ida dos grupos prioritários aos postos:
“Temos visto famílias inteiras procurando o serviço de imunização. Agora, o filho pode levar a mãe idosa e ambos se vacinarem, por exemplo. Da mesma forma, uma mulher leva a filha pequena para receber a dose e ambas acabam recebendo a aplicação”.
Gripe X covid
Não se pode esquecer da necessidade de se manter um intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas contra a gripe e contra a covid, independentemente da ordem em que cada modalidade foi aplicada no braço do cidadão.
O protocolo tem por objetivo evitar, por exemplo, que em caso de efeito adverso os sintomas possam ser confundidos, dificultando a identificação do imunizante causador.
(Marcello Campos)